Um elétrico Renault Zoe foi equipado com um tanque carregando 200 litros de biocombustível alternativo – combinando esterco e hidrogênio – e bateu um recorde de autonomia ao percorrer 2.055,68 km sem recargas. Desenvolvido pela francesa ARM Engineering, o metanol sintético renovável chamado G-H3 possui, entre outras características, a capacidade de alimentar veículos elétricos através de uma célula dedicada.

A marca recordista alcançada pelo Renault Zoe modificado pela empresa foi obtida no circuito de Albi, na França, com o veículo correndo a 50 km/h. Com o uso do combustível à base de biomassa e hidrogênio, a autonomia praticamente foi cinco vezes maior que aquela oferecida pelo modelo elétrico cru, em cerca de 385 km.

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Foram três dias de pista para o carro percorrer os mais de 2.000 km. Ao seu volante, cinco pilotos foram revezando a direção, das sete da manhã à meia-noite. A marca anterior desse tipo de alcance era de um Toyota Mirai, que fez uma distância de 1.360 km em 2021 com sua base em hidrogênio. Um vídeo dos trabalhos foi postado pela empresa francesa em sua rede social, confira:

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💥 Record du monde de la plus longue distance parcourue avec un véhicule hydrogène ✅Merci @pierremartel__ pour cette vidéo 👌🏻

Publicado por ARM Engineering em Terça-feira, 10 de maio de 2022

Esterco e resíduos vegetais para “alimentar” carros

Segundo informa a ARM Engineering, o G-H3 pode ser obtido por digestão anaeróbica de biomassa não alimentar, como esterco e resíduos vegetais, ou de CO2 e hidrogênio por meio de eletrólise da água. Para termos uma ideia a nível de sustentabilidade, um carro com célula de combustível G-H3 (que recompõe o hidrogênio para transformá-lo em eletricidade) pode emitir 80% menos CO2 em comparação com um modelo que funciona diretamente com hidrogênio, como um Toyota Mirai.

Um carro com motor de combustão também pode usar G-H3 puro como combustível, resultando nos mesmos 80% de redução de emissões de CO2 – e oferecendo zero em emissões de partículas finas e óxidos de nitrogênio, segundo a ARM Engenharia. O alto índice de octanas do G-H3 (109) também permite maior potência e torque.

A empresa pretende aproveitar seus registros muito positivos para contornar restrições relacionadas a fatores como produção, logística e escala de uso, que acabam sendo obstáculos importantes para a adoção em massa do G-H3. Também criando uma nova empresa, chamada ARM Energy, há movimentos em busca de investidores para a continuidade de desenvolvimento do projeto.

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