No fim da tarde desta quarta-feira (25), a cápsula CST-100 Starliner, feita pela Boeing sob encomenda para a NASA, deve pousar no Campo de Teste de Mísseis White Sands (WSMR), do Exército dos EUA, finalizando a primeira missão de teste bem-sucedida à Estação Espacial Internacional (ISS). 

Após concluir, com sucesso, sua primeira missão não tripulada à Estação Espacial Internacional (ISS), a Starliner, da Boeing, pode estar perto de transportar astronautas. Imagem: Sergey Korsakov – via Twitter

Denominada Teste de Voo Orbital-2 (OFT-2), a missão, embora não tripulada, foi projetada para demonstrar a aptidão da espaçonave em transportar astronautas para a estação e trazê-los de volta à Terra. Como o próprio nome diz, foi a segunda tentativa, após um esforço fracassado feito em 2019.

A Boeing foi contratada pela NASA em 2014, e até agora não prestou esses serviços à agência. Um acordo semelhante foi fechado com a SpaceX, que já lançou quatro voos operacionais tripulados para a estação com seu foguete Falcon 9 e cápsula Dragon.

No entanto, ao que tudo indica, pode não demorar muito para que a Starliner volte à órbita executando exatamente a função para a qual foi desenvolvida. Isso porque, de acordo com o site SpaceNews, a NASA revelou que, entre junho e agosto, já vai começar a especificar as atribuições da tripulação do Crew Flight Test – CFT, o primeiro voo de teste com astronautas a bordo da cápsula.

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NASA e Boeing vão trabalhar nas falhas identificadas no voo OFT-2

Segundo a agência, o cronograma dependerá de modificações que podem precisar ser feitas na espaçonave para coibir falhas identificadas durante o OFT-2 com propulsores defeituosos e sistemas de resfriamento – nenhuma delas, no entanto, grave o suficiente a ponto de comprometer a missão.

Além disso, de acordo com a chefe do programa de voos tripulados da NASA, Kathy Lueders, os planos e a agenda da agência devem estar alinhados com o pessoal da Boeing. Isso inclui, por exemplo, determinar quem serão os tripulantes a bordo do CFT. 

De acordo com a chefe do programa de voos tripulados da NASA, Kathy Lueders, os planos da NASA devem estar alinhados com os da Boeing para designar a tripulação do voo CFT. Imagem: NASA/Kim Shiflett

Em outubro passado, a astronauta da NASA Nicole Mann, que havia sido designada como um dos membros da missão CFT, foi escalada para a missão SpaceX Crew-5, programada para ser lançada à ISS em setembro deste ano. Josh Cassada, que anteriormente estava pronto para voar na primeira missão operacional Starliner, chamada Starliner-1 (programada para março de 2023), também foi transferido para a Crew-5.

Outros dois astronautas veteranos da agência, Mike Fincke e Butch Wilmore, estavam no “banco de reservas” do time CFT, mas, recentemente, eles revelaram que não estão mais nos planos desse voo.

“Tivemos uma tentativa de lançamento com um problema de válvula no final de julho, início de agosto do ano passado, que mudou as coisas”, disse Wilmore, referindo-se à primeira tentativa de lançamento do OFT-2, que foi adiada por causa de válvulas propulsoras presas no módulo de serviço da espaçonave. “Desde então, em agosto, nós temos trabalhado como um quadro de apoio da Starliner, e sabemos que não somos necessariamente designados para a CFT”.

“Você percebe o desafio que o escritório da tripulação tem sobre as atribuições e por que é importante ter o momento certo e entender quando exatamente o CFT vai acontecer”, disse Luedres.

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Roscosmos pode não autorizar cosmonautas russos em voo tripulado de teste da Starliner

Originalmente, a missão incluía Chris Ferguson, um ex-astronauta da NASA que agora trabalha para a Boeing. No entanto, Ferguson desistiu em outubro de 2020 alegando obrigações familiares para o mesmo período em que a CFT seria lançada (na época, estava programada para 2021). Mesmo diante dos adiamentos, no entanto, o nome de Ferguson não voltou ao quadro.

Outro fator para planejar futuras tripulações é um acordo ainda pendente com a Roscosmos que prevê que cosmonautas russos voem em missões comerciais da NASA em troca do uso das naves Soyuz por astronautas dos EUA. 

Não está claro, no entanto, quando a Rússia estaria disposta a permitir que sua equipe voasse na Starliner, dada a reticência inicial da agência em lançar cosmonautas nas missões Crew Dragon até que vários voos tripulados fossem feitos antes pela SpaceX. “Eles vão querer ver os resultados dos nossos voos de teste e vão querer que terminemos o CFT, só então teremos conversas semelhantes”, disse Dana Weigel, vice-gerente de programas da NASA.

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