Após cinco adiamentos, ao longo de mais de seis meses, a análise ambiental programática (PEA) da Starbase foi finalmente concluída pela Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA. Nesta segunda-feira (13), o órgão regulador entregou o documento à SpaceX, no qual especifica um amplo conjunto de medidas a serem tomadas pela empresa para reduzir os impactos na região.

SpaceX Starship SN8 na plataforma de lançamento
Liberação da análise ambiental pela Administração Federal de Aviação (FAA) não garante a licença para lançamentos da Starship, que também dependem de outros fatores. Imagem: SpaceX

De acordo com os preâmbulos do documento, além dos impactos ambientais, a PEA deve considerar questões de segurança pública (como sobrevoo de áreas povoadas e conteúdo de carga útil), preocupações com a segurança nacional ou a política externa e requisitos de segurança para o operador de lançamento.

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Mesmo com a conclusão da análise, é importante lembrar, no entanto, que a liberação da PEA não é garantia de que uma licença de lançamento será emitida, uma vez que outros fatores, como requisitos de segurança e responsabilidade financeira, ainda devem ser cumpridos nas instalações de Boca Chica, no Texas, onde fica a Starbase, que foi construída especificamente para os lançamentos da nave Starship e seu foguete Super Heavy.

Como a nova plataforma de lançamento da SpaceX fica próxima a um refúgio nacional de vida selvagem que abriga tartarugas marinhas e aves migratórias, uma coalizão de 11 grupos ambientais assinou uma carta pública no fim de 2021 pedindo à FAA que examinasse a expansão proposta pela empresa.

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Em uma consulta pública, a FAA recebeu mais de 18 mil comentários sobre os impactos ambientais, que o órgão analisou um a um e, embora não tenha identificado nenhuma preocupação significativa, exigiu que a SpaceX execute 75 ações para minimizar ou, se possível, impedir efeitos danosos sobre as áreas circundantes.

SpaceX diz que primeiro teste de voo orbital da Starship está mais próximo

Entre as condutas que a empresa de Elon Musk deve tomar estão o aviso prévio de lançamentos, o monitoramento da fauna e da flora nos arredores por um biólogo, a coordenação com agências estaduais e federais para remover detritos de lançamento de habitats sensíveis e o ajuste da iluminação para diminuir o impacto sobre a vida selvagem nas imediações.

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As medidas de mitigação exigidas pela FAA também limitam o fechamento de uma rodovia que passa pelo local da SpaceX durante os lançamentos. Para que as pessoas possam visitar a praia, os parques e o refúgio de vida selvagem nas proximidades, o órgão determinou que a rodovia não pode ser fechada em 18 feriados, além de proibir que o acesso seja bloqueado em mais de cinco fins de semana por ano.

A notícia, obviamente, foi recebida com festa pela SpaceX, que compartilhou o documento no Twitter, com a legenda: “Um passo mais perto do primeiro teste de voo orbital da Starship”.

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Por outro lado, é claro, a decisão da FAA não foi bem vista por alguns membros da comunidade local. 

“Dizer que não há impacto significativo é ridículo”, declarou Jim Chapman ao jornal The New York Times. Ele, que é membro do conselho da Save RGV, um grupo de defesa ambiental sem fins lucrativos com o objetivo de proteger o Vale do Rio Grande, discorda da conclusão do órgão fiscalizador. “Os impactos são simplesmente muito grandes. Ainda nos sentimos assim. A FAA deveria ter reconhecido isso”.

Segundo Chapman, é possível que seu grupo se una a outros para entrar com uma ação judicial exigindo uma revisão ambiental mais abrangente. 

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Musk sempre disse que vislumbra a Starship como um avanço potencialmente revolucionário, um sistema que poderia tornar economicamente viáveis tanto a colonização de Marte quanto uma variedade de outros feitos ambiciosos de exploração espacial.

A NASA também deposita grandes expectativas no super complexo veicular de 120 metros de altura (o maior foguete da história). A agência selecionou a Starship para ser o primeiro módulo de pouso lunar tripulado do Programa Artemis, que visa colocar astronautas novamente na Lua nos próximos anos.

Além disso, a SpaceX também planeja usar o megafoguete para seus voos tripulados particulares à Lua (o bilionário japonês Yusaku Maezawa, por exemplo, já tem passagem reservada para circular nosso satélite natural) e, posteriormente, para viagens para Marte. 

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