Em meio à crise da falta de componentes no mercado automotivo, a Volkswagen e os trabalhadores da fábrica em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo, fecharam um acordo para redução de jornada de trabalho. A negociação foi realizada pela direção da empresa com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e também afeta o salário dos funcionários.

Esta foi uma forma encontrada pela empresa e pelos trabalhadores para passarem pelo período de instabilidade, com o acordo tendo validade de cinco anos. Segundo Wellington Messias Damasceno, diretor do sindicato e representante na montadora, a opção pela redução de jornada tem menor impacto na cadeia produtiva e para os trabalhadores terceiros, “que não têm o mesmo acordo que os trabalhadores na Volks”.

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A decisão foi comunicada aos trabalhadores ontem (22) em assembleias internas. O programa tem percentual de redução de 24% na jornada e 12% nos salários, sendo cinco dias a menos de trabalho. Sua implantação ocorrerá logo após o término das férias coletivas, que vão da próxima segunda-feira (27) ao dia 7 de julho. Em maio, a Volkswagen já havia dado férias coletivas a 2,5 mil trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo, por causa da falta de semicondutores.

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Redução de jornada será avaliada ao longo do tempo

O diretor do sindicato explica que, como não há previsão para o fim da crise da falta de peças e componentes, a medida será avaliada mês a mês. Dessa forma, é possível que ocorram alterações ao longo do tempo até a normalização da situação no fornecimento.

Damasceno lembrou também que o sindicato tentava negociar um acordo nos mesmos moldes com a Toyota, que fechou sua fábrica em São Bernardo do Campo em abril, após 60 anos de atividades. Na época, a Toyota informou que o fechamento da instalação era parte de um plano da montadora para aumentar sua competitividade no mercado brasileiro.

O sindicalista diz que a medida de agora “assegura previsibilidade, longevidade e investimentos”. Além disso, segundo Damasceno, o acordo garante questões do dia a dia, como data-base, banco de horas e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). “Inclusive temos cobrado que a fábrica tem capacidade e competência para produzir o carro híbrido e elétrico, a Volks não pode ficar para trás”, completou. A fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo conta com aproximadamente 8.200 funcionários, 4.500 deles na produção.

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