Mães ansiosas podem deixar filhas ansiosas, aponta estudo

Um novo estudo realizado com famílias canadenses observou que as mães podem passar mais para as filhas transtornos de ansiedade
Por Ronnie Mancuzo, editado por Karoline Albuquerque 14/07/2022 08h10, atualizada em 14/07/2022 11h30
Ilustração remetendo à transmissão de ansiedade de uma mãe para a filha
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Um estudo publicado recentemente no periódico Journal of the American Medical Association (JAMA) buscou examinar a relação de transtornos de ansiedade entre pais e filhos de acordo com o sexo. A partir de um modelo de análise observacional e retrospectiva, foi constatado que mães “passam” ansiedade para filhas mais do que pais para filhos.

Os pesquisadores examinaram um conjunto de dados de cerca de 400 crianças canadenses com cerca de 10 anos de idade. Elas já tinham participado antes de um estudo focado em famílias em risco de transtornos de humor.

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Se a genética desempenhasse um papel maior, os transtornos de ansiedade ocorreriam em crianças de ambos os sexos na mesma proporção. Isso, independentemente da mãe ou do pai serem quem estivesse transmitindo a condição de ansiedade.

Agora, se as crianças estivessem desenvolvendo transtornos de ansiedade porque estavam se modelando e aprendendo com um pai do mesmo sexo, seria esperado um padrão distinto de transmissão de mãe para filha e de pai para filho. Até certo ponto, foi este o caso.

Tal mãe ansiosa, tal filha ansiosa

No estudo, as crianças que tinham pais do mesmo sexo com transtorno de ansiedade tinham quase três vezes mais chances de desenvolver a mesma condição em comparação com seus pares. Só que o transtorno de ansiedade de uma mãe (não de um pai) aumentou o risco de sua filha ser diagnosticada com uma condição de ansiedade, segundo as análises.

Os filhos não eram mais propensos a ter um transtorno de ansiedade quando o pai tinha. Porém, se o pai não tivesse um transtorno de ansiedade, o risco do filho desenvolver um era diminuído.

No geral, ter um pai do sexo oposto sem uma condição de ansiedade não significou menos risco para os filhos como ter um pai do mesmo sexo sem a condição. Como foi um estudo observacional e retrospectivo, não foi possível demonstrar a causa e o efeito desses resultados.

Estudos anteriores demonstraram que a ansiedade pode ser um comportamento aprendido pelas crianças a partir do que veem em seus pais. Por exemplo, em um experimento, pais foram instruídos a agir com ansiedade ou calma enquanto os filhos se preparavam para um teste. Então, as crianças acabaram espelhando as atitudes e desenvolvendo cognições ansiosas.

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Imagem: ViktorCap/iStock

Via ScienceAlert

Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.

Karoline Albuquerque é redator(a) no Olhar Digital