Um acordo muito esperado entre a Rússia e os EUA foi assinado por representantes dos dois países na última sexta-feira (15), com o objetivo de permitir que astronautas da NASA voem em espaçonaves Soyuz e que cosmonautas possam viajar em veículos norte-americanos.
Como parte do trato, o governo russo destituiu Dmitry Rogozin do cargo de chefe da agência espacial Roscosmos, nomeando em seu lugar o vice-primeiro-ministro do país, Yuri Borisov. No entanto, a decisão não tem como base qualquer tipo de descontentamento com os serviços do agora ex-diretor.
Pelo contrário: segundo o Meduza, um veículo de comunicação russo independente, o Kremlin está considerando dar a Rogozin um cargo na administração presidencial ou nomeá-lo como supervisor de duas regiões da Ucrânia ocupadas por forças russas, o que demonstra que ele tem total confiança do presidente Vladimir Putin.
Rogozin se pronunciou sobre o afastamento em sua conta oficial no Telegram. “Obrigado, meus camaradas, pelo serviço, pelas noites ansiosas sem dormir, pelo stress dos lançamentos de foguetes e pela felicidade que partilhamos quando tudo se resolveu! Ao trabalho, irmãos!”.
NASA defende “tripulação mista” na ISS composta por russos e norte-americanos
O contrato firmado entre a Rússia e os EUA estava em negociação e passando por revisões há meses pelas duas agências e pelos governos de ambos os países. Segundo o site SpaceNews, a NASA vinha pleiteando há muito tempo um compromisso para permitir o que chama de “tripulações mistas” ou “tripulações integradas” em naves espaciais.
Isso vai garantir que pelo menos um astronauta norte-americano e um cosmonauta russo possam estar na estação mesmo em caso de indisponibilidade eventual de veículos de seus países por um longo período.
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Em abril, os gerentes da NASA revelaram que precisavam ter um “acordo de troca de assentos” em vigor até o fim de junho, visando permitir um câmbio de tripulação nas missões SpaceX Crew-5 e Soyuz MS-22, ambas com previsão de lançamento para setembro.
“As equipes integradas de voo garantem que haja membros da tripulação devidamente treinados a bordo da estação para manutenção essencial e caminhadas espaciais”, disse a NASA em comunicado recente. “Ele também protege contra contingências, como um problema com qualquer nave espacial da tripulação, problemas médicos sérios da tripulação ou uma emergência a bordo da estação que requer uma tripulação e o veículo que eles são designados para retornar à Terra mais cedo do que o planejado”.
Segundo o comunicado, a cosmonauta da Roscosmos Anna Kikina irá à ISS em setembro a bordo da missão Crew-5, da SpaceX, e o astronauta da NASA Frank Rubio será lançado no fim do mês em uma espaçonave Soyuz pela missão MS-22.
Além disso, o cosmonauta Andrei Fedyaev foi designado para a missão Crew-6, prevista para ser lançada na primavera de 2023, enquanto a astronauta norte-americana Loral O’Hara voará na Soyuz MS-23 na mesma época.
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