Mamíferos não foram os primeiros a ter sangue quente, segundo evidências

Por Isabela Valukas Gusmão, editado por Lucas Soares 21/07/2022 17h02
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Imagem: Ilustração de um ancestral de mamífero expirando ar quente em uma noite fria. Crédito: Luzia Soares
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Um estudo publicado no periódico Nature destaca que fósseis de ancestrais dos mamíferos já apresentavam a capacidade de manter a temperatura corporal acima da temperatura ambiente, habilidade conhecida por endotermia.

Acreditava-se que essa característica tinha surgido há cerca de 252 milhões de anos, mas, com os novos resultados, chegou-se a data, um pouco menos longínqua, de aproximadamente 233 milhões de anos.

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Para conseguir essa descoberta, fósseis de diversas partes do mundo foram estudados. Em especial, remanescentes mortais, encontrados na África do Sul, foram fundamentais para determinar os rumos da pesquisa.

Mamíferos com sangue quente

Iniciado para averiguar mudanças nos canais semicirculares dos ouvidos desses animais antigos, um aspecto bem específico da evolução, o escrutínio revelou que conforme a temperatura corporal aumenta, o líquido contido dentro do canal auditivo fica mais viscoso e altera a anatomia das estruturas que o compõem. Esta é uma medida adaptativa para que o labirinto, importante estrutura do ouvido interno, não perca sua funcionalidade.

Técnicas de tomografia computadorizada e modelagem 3D foram utilizadas para que o ouvido interno desses animais pudesse ser reconstruído. Em nota, o pesquisador de pós-doutorado no Museu de História Natural de Paris, na França, e autor principal do artigo, Romain David, disse que “durante a transição para a endotermia, foram necessárias adaptações morfológicas para manter o desempenho ideal, e pudemos rastreá-las em ancestrais e mamíferos”.

Outro autor do artigo, o investigador júnior do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear da Universidade de Lisboa, em Portugal, Ricardo Araújo, destacou o rápido tempo geológico que levou a essa evolução: menos de 1 milhão de anos.

Via: AAAS

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Isabela Gusmão é estagiária e escreve para a editoria de Ciência e Espaço. Além disso, ela é nutricionista e cursa Jornalismo, desde 2020, na Universidade Metodista de São Paulo (UMESP).

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.