Dia Mundial do Alzheimer: OMS alerta para aumento de casos em todo o mundo 

Tamires Ferreira21/09/2022 12h50
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Concept of memory loss and dementia disease and losing brain function memories as an alzheimers health symbol of neurology and mental problems with 3D illustration elements.
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De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência, sendo a mais comum a doença de Alzheimer. O órgão alerta, no entanto, que este número tende a ser ainda maior nos próximos anos, visto que pesquisas indicam o aumento do envelhecimento populacional e, consequentemente, a expansão deste e outros problemas decorrentes da idade avançada. 

Conforme divulgado pela Agência Brasil, estimativas da Alzheimer’s Disease International, sediada no Reino Unido, apontam que os números globais poderão chegar a 74,7 milhões, em 2030, e 131,5 milhões, em 2050. 

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Imagem: shutterstock

Nesta quarta-feira (21) é celebrado o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, criado pela Associação Internacional do Alzheimer com intuito de conscientizar a população dos números e da importância da participação de familiares e amigos nos cuidados aos diagnosticados com a doença.

No Brasil, a data marca o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer, que tem o mesmo objetivo – dados do Ministério da Saúde indicam que, no país, em torno de 1,2 milhão de pessoas têm a doença e 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. 

O que é a doença de Alzheimer? 

O Alzheimer é um tipo de demência neurodegenerativa considerada comum que afeta, no geral, idosos. Segundo informações da Biblioteca Virtual em Saúde, ligada ao Ministério da Saúde, a doença instala-se quando o processamento de certas proteínas do sistema nervoso central começa a dar errado. Surgem, então, fragmentos de proteínas tóxicas dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles.  

Como consequência dessa toxicidade, ocorre perda progressiva de neurônios em certas regiões do cérebro, como no hipocampo, que controla a memória, e no córtex cerebral, essencial para a linguagem e o raciocínio, memória, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato. 

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A causa para o desenvolvimento de Alzheimer é desconhecida, mas acredita-se que seja geneticamente determinada – inclusive quando sinais ocorrem em pessoas mais jovens, o que é mais raro, mas não impossível. A doença de Alzheimer costuma evoluir de forma lenta. A partir do diagnóstico, a sobrevida média oscila entre 8 e 10 anos. O quadro clínico costuma ser dividido em quatro estágios: inicial, moderado, grave e terminal. 

Dentre os sintomas mais notáveis estão: perda de memória de acontecimentos recentes; repetição de perguntas; dificuldade para dirigir ou lembrar de caminhos já conhecidos; problema em acompanhar pensamentos ou conversas complexas; irritabilidade e agressividade (passividade demais também pode ser um indício). 

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Imagem: tampatra (iStock)

Infelizmente, a doença não tem cura, mas tratamentos ajudam a melhorar a qualidade de vida do paciente e até retardar sua progressão, a fim de preservar por mais tempo as funções intelectuais. Parte desse acompanhamento, que precisa ser feito por um especialista, inclui o apoio da família, não apenas de forma emocional, mas inclusive para relatar ao médico a evolução dos sintomas – um relatório pode ser solicitado periodicamente. 

Avanço em pesquisas sobre o Alzheimer 

Justamente por ser uma doença sem cura e que tem crescido no Brasil e no mundo, diversos países tem se empenhado em entender cada vez mais o seu desenvolvimento, os motivos para que ela ocorra e as alternativas para um tratamento eficaz. 

Recentemente, por exemplo, um estudo descobriu que a substituição de sangue pode reduzir os níveis dos marcadores cerebrais da doença, melhorando o principal sintoma da condição; a falha de memória. O teste usou camundongos com Alzheimer para chegar à conclusão. O estudo foi publicado no Psiquiatria Molecular.

Alzheimer. Imagem: Shutter-e-Atthapon
Imagem: shutterstock

Diversos outros levantamentos já constaram que tanto outras doenças como a alimentação podem interferir no surgimento ou agravamento do Alzheimer. A partir dessa premissa, um outro estudo apurou que a dieta cetogênica, estilo de alimentação muito usada por celebridades, pode ser interessante e benéfica para pessoas com doenças neurológicas. A pesquisa foi publicada no periódico European Journal of Clinical Nutrition. 

Dentre as doenças associadas ao Alzheimer que mencionamos acima está a diabetes, que foi ligada ao declínio cognitivo acelerado em pessoas idosas, especialmente em homens portadores da doença e que venham a desenvolver também o Alzheimer. O artigo, escrito por pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi publicado na revista Diabetes Epidemiology and Management. 

Algumas estatísticas mostram também não apenas a tendência de aumento de casos diante do envelhecimento populacional, mas que as mais propensas são as mulheres. Publicado no The Journal of the Alzheimer’s Association, os dados apontam que o gene das mulheres as coloca duas vezes mais à frente dos homens quanto ao risco de neurodegeneração das células do cérebro. 

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Tamires Ferreira
Redator(a)

Tamires Ferreira é jornalista formada pela Fiam-Faam e tem como experiência a produção em TV, sites e redes sociais, além de reportagens especiais. Atualmente é redatora de Hard News no Olhar Digital.