Uma equipe composta por cientistas da China e da Austrália conseguiu medir com precisão a massa da Via Láctea. Eles descobriram que a galáxia pesa cerca de 550 bilhões de vezes mais que o Sol, o que significa pouco mais da metade das estimativas levantadas anteriormente.
Os resultados que refutam o valor médio obtido por outras pesquisas, de cerca de 1 trilhão de vezes a massa do Sol, foram descritos em um artigo publicado este mês na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society,
“Nossos resultados sugerem que a Via Láctea pode ser ‘mais magra’ do que pensávamos anteriormente”, disse Xue Xiangxiang, autor principal do estudo e pesquisador do Observatório Astronômico Nacional da Academia Chinesa de Ciências (NAOC), à agência de notícias Xinhua. “Isso significa que há muito menos matéria escura não luminosa mas gravitacional na galáxia do que o estimado originalmente”.
De acordo com o cientista, a massa é crucial para entender a dinâmica e o funcionamento da galáxia. No entanto, havia um alto grau de incerteza nas estimativas devido às observações limitadas.
Nesta nova abordagem, os pesquisadores se basearam em dados do Telescópio de Fibra Óptica Multi-Objeto para Grande Área do Céu (LAMOST, na sigla em inglês), um observatório óptico de ponta na China, e do satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA).
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Segundo Xue, a grande amostra de dados espectroscópicos fornecidos pelo LAMOST é uma das principais vantagens desta pesquisa em comparação com os estudos de outras equipes científicas.
“Não são apenas grandes em número e cobertura, mas os dados também registram a posição tridimensional, velocidade 3D e abundância metálica de cada estrela”, acrescentou Xue, líder da equipe composta por cientistas do NAOC, da Universidade Chinesa Three Gorges e da Universidade de Tecnologia Swinburne, na Austrália, entre outras instituições.
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