OnlyFans já pagou mais de R$ 50 bilhões para seus criadores de conteúdo

CEO do OnlyFans refutou a ideia de que a plataforma tenha apenas conteúdo adulto: "Temos conteúdos de culinária"
André Lucena02/11/2022 13h36
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OnlyFans Créditos: Shutterstock
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*Por André Lucena, de Lisboa

Em uma das apresentações mais esperadas do segundo dia da Web Summit 2022 em Lisboa, Portugal, Amrapali Gan, que assumiu o cargo de CEO do OnlyFans no ano passado, exaltou o sucesso da plataforma criada em 2016: “US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) já foram pagos aos criadores. Estamos só no início daquilo que esta empresa pode criar na economia dos criadores”.

E, como não poderia deixar de ser, ela precisou responder sobre os conteúdos adultos da rede social: “Somente pessoas acima de 18 anos podem acessar a plataforma. Nosso foco está na moderação e na segurança das pessoas. Não há nada que aconteça no OnlyFans que não sabemos. É possível ter conteúdos de culinária ou conteúdos adultos. É uma escolha do criador”.

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Sobre possíveis investidores ou estreia da empresa na Bolsa de Valores (IPO), Amrapali Gan desconversou: “Não estamos interessados em IPO, os criadores de conteúdo estão no centro. Todas as pessoas que têm conversas conosco sabem que há conteúdos adultos no OnlyFans”.

Importante lembrar que, em agosto de 2021, o OnlyFans anunciou uma atualização de política que proibiria pornografia e conteúdo sexual explícito na plataforma. Dias depois, no entanto, após reações negativas dos criadores, a empresa voltou atrás. “Obtivemos as garantias necessárias para apoiar nossa comunidade diversificada de criadores e suspendemos a mudança de política planejada para 1º de outubro [de 2021]”, anunciou o OnlyFans em seu Twitter, sem dar mais detalhes de que garantias seriam essas.

A fama é tão grande que nenhum dos milhares de presentes na Web Summit 2022 respondeu a pergunta feita pela mediadora Yasmin Gané, escritora e editora da revista americana Fast Company: “Quem aqui assina conteúdos do OnlyFans?”. “Há muitos mentirosos aqui”, comentou ela.

Amrapali Gan
Amrapali Gan. Imagem: André Lucena/Olhar Digital

Amrapali Gan deu risada e exaltou os ganhos dos criadores: “[O OnlyFans] é uma forma segura onde é possível interagir com a comunidade. É um lugar seguro para monetizar conteúdos. Os criadores ganham 80% de tudo o que conseguem na plataforma. Por cada dólar que ganhamos, os criadores ganham 4 dólares. Não fazemos dinheiro a menos que os criadores ganhem dinheiro”.

O que é OnlyFans?

O OnlyFans foi fundado em 2016 por uma família de Essex, um condado da Inglaterra, tendo Tim Stokely como chefe executivo e seu pai, o ex-banqueiro Guy Stokely, como diretor. A mãe e o irmão de Tim também se envolviam em diversas situações da empresa.

O site decolou de fato em 2018, após os Stokely vendê-lo para Leonid Radvinsky, que já tinha experiência na direção de sites pornográficos. A família continuou ligada à empresa como executivos, mas se desprendeu no final de 2021.

O objetivo desde a criação é oferecer uma maneira alternativa para os artistas e influenciadores digitais ganharem dinheiro com seu conteúdo. Uma das vantagens é que o conteúdo fica realmente restrito. Se a conta exigir uma assinatura paga, por exemplo, apenas quem tirar o escorpião do bolso terá direito a visualizar os materiais publicados. E isso acaba criando uma relação de proximidade entre influenciadores e assinantes.

Embora grande parte do conteúdo do OnlyFans seja destinado para o público adulto, ainda é possível utilizar a plataforma para vender obras artísticas, como vídeos e desenhos, ou mesmo dar aulas de um determinado tema.

OnlyFans
OnlyFans permite vender conteúdo íntimo pela internet. Imagem: Cristian Storto/Shutterstock.com

O faturamento alto significa que o OnlyFans é uma das empresas de tecnologia mais bem sucedidas da Grã-Bretanha dos últimos dois anos. As contas mais recentes do site mostraram que os lucros aumentaram 615%, alcançando US$ 432 milhões (algo em torno de R$ 2,2 bilhões) nos 12 meses até setembro do ano passado.

A plataforma tem 2,1 milhões de “criadores de conteúdo” e 188 milhões de “fãs” registrados que podem comprar os vídeos ou pagar para enviar mensagens aos seus criadores favoritos.

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André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.