Há poucos dias, aqui no Olhar Digital, você conheceu Nan Madol, uma cidade perdida na ilha de Paliquir, capital da Micronésia, no meio do Oceano Pacífico. Também já falamos de uma que foi recentemente encontrada no coração de Luxor, no sul do Egito.

Na Madol, uma cidade perdida no meio do Oceano Pacífico. Créditos: Patrick Nunn – Creative Commons

Agora, vamos apresentar outras cinco das mais incríveis cidades perdidas que ressurgiram do passado, cada uma trazendo consigo seus encantos e mistérios.

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Justamente porque um lugar não existe mais, ele pode ser transformado na cidade ideal, a cidade dos sonhos de alguém

Aude de Tocqueville, em seu livro “Atlas das cidades perdidas: um guia de viagem para destinos abandonados e esquecidos”, publicado em 2014.

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O que são cidades perdidas?

Na sequência dos dizeres acima, Tocqueville completa que “a cidade perdida é, portanto, poesia, mundo de sonho e cenário para nossas paixões e meandros”.

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Sem dúvida, poucas coisas mexem tanto com o nosso imaginário quanto descobrir um lugar onde pessoas já viveram, conviveram, constituíram suas famílias, estabeleceram relações pessoais e profissionais, criaram suas histórias… e que já não existe mais. 

Em meio às pedras e ruínas de lugares abandonados, existe uma energia inexplicável que atrai a atenção de turistas e curiosos ávidos por experimentar essa sensação de “volta ao passado”. 

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E, mesmo que uma nuvem de desastres paire sobre o local, isso acaba sendo relegado a segundo plano ante o sentimento de desbravamento e exploração daquilo que um dia já teve vida pulsante em movimento.

Então, vamos lá? Embarque com a gente nesta aventura por cinco cidades perdidas redescobertas pela humanidade.

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  1. Irã dos Pilares

Irã dos Pilares, também chamada de Atlântida das Areias, é uma das cidades perdidas mais interessantes da história. Ela é descrita no Alcorão, a escritura sagrada muçulmana, que diz que a cidade existia na região sul do deserto da Arábia. A crença popular diz que o local foi destruído por um desastre natural enviado por Deus.

Ruínas descobertas da cidade perdida de Irã dos Pilares. Créditos: Wikimedia-Tarawneh

Isso porque seus habitantes teriam se afastado dos ensinamentos de Alá, o que provocou uma tempestade de areia que cobriu toda a cidade durante oito dias e sete noites, matando todos os seus moradores.

Em 1990, uma equipe de pesquisa, com a ajuda de imagens de satélites da NASA, anunciou a descoberta da cidade de Ubar, que seria a suposta Irã dos Pilares. As espaçonaves identificaram velhas rotas de camelos e seus pontos de conversão naquela região, como a cisterna de Shist, exatamente no sul do deserto da Arábia.

De fato, uma cidade realmente foi desenterrada das areias, mas a versão de que se trata de Irã dos Pilares ainda é contestada por alguns arqueólogos.

  1. Heracleion

Segundo relatos históricos, o templo de Cleópatra foi inaugurado nas terras de Heracleion, considerada um dos mais significativos centros comerciais de 2,3 mil anos atrás. Essa cidade inteira acabou afundando no Mar Mediterrâneo, mais exatamente na costa do Egito, há mais de 1,2 mil anos.

Até o fim do século 20, a cidade de Heracleion era apenas uma lenda. Créditos: Franck Goddio via Aventuras na Historia

Até o fim do século passado, muitos achavam que a cidade não passava de um mito. No entanto, em 2001, durante uma busca a navios franceses de guerra naufragados na região, pesquisadores acabaram se deparando com as ruínas de Heracleion. A partir de então, teve início uma missão intensa para reencontrar a cidade perdida, agora submersa. 

Após mergulhadores retirarem várias camadas de lama e areia, Heracleion foi encontrada praticamente intacta, com seus templos descomunais e suas imensas estátuas de faraós, deuses, esfinges e outras.

  1. Urkesh

Localizada entre a Síria e a Mesopotâmia, Urkesh foi o lar dos hurritas, um povo antissemita, e uma importante cidade em ascensão entre os anos de 4.000 e 1.300 AEC (Era Comum – EC – e Antes da Era Comum – AEC – são as nomenclaturas atualizadas para os termos Depois de Cristo – d.C. – e Antes de Cristo – a.C.), que foi soterrada por uma tempestade de areia.

Urkesh permaneceu escondida por séculos, até ser descoberta em 1980. Créditos: Divulgação Urkesh.org

Ela permaneceu por séculos escondida até que, em 1980, arqueólogos encontraram restos do palácio, do templo e da praça, batizando os escombros de Tell Mozan. Apenas após 10 anos da descoberta é que veio a confirmação de que se tratava de Urkesh.

  1. Caral

Localizada em território peruano, a metrópole de Caral foi uma cidade sagrada habitada pela civilização Supe, considerada uma das primeiras do mundo. Era um local onde existia agricultura estruturada, obras de arte e arquitetônicas, templos, praças, áreas residenciais e tudo o que outras civilizações demoraram muito mais tempo para conquistar.

Escavações que duraram mais de 20 anos descobriram a cidade perdida de Caral, no Peru. Créditos: Marlon Dutra – Flickr

Devido à falta de evidências, Caral permaneceu até a década de 1970 como apenas mais uma lendária cidade perdida, imaginada pelos pesquisadores. Escavações no norte de Lima, no entanto, que se estenderam por mais de 20 anos, revelaram uma rica e bem estruturada cidade de verdade. 

Pirâmides organizadas no entorno de praças, longas escadarias, salas, pátios e anfiteatros dos prédios públicos foram algumas das revelações que mais impressionaram os arqueólogos.

  1. Teotihuacán

Por volta do ano de 650, a cidade de Teotihuacán, no México, teria começado a perder seus habitantes por razões desconhecidas, chegando a apenas 25% da população existente na fase de maior esplendor. Ainda assim, continuava sendo a maior cidade do vale do México e uma das maiores da Mesoamérica. 

Conforme ia gradualmente perdendo sua importância original como centro econômico, Teotihuacán ia deixando de conseguir se sustentar. Em 750, a área urbana estava reduzida a apenas cinco mil pessoas. 

Ponto turístico de grande visitação no México, a cidade perdida de Teotihuacán teria sido destruída por seus próprios habitantes. Créditos: Diego Delson Creative Commons

Assim, a cidade entrou em colapso. Os edifícios mais importantes foram incendiados, mas a maioria dos bairros restantes não sofreu danos. Como não há sinais de um ataque extrangeiro, supõe-se que os próprios habitantes provocaram a destruição em um ato ritual.

Segundo a historiadora mexicana Elvia Montes de Oca, os últimos moradores deixaram a cidade pelo menos um século depois que o centro foi destruído. 

Teotihuacán, com o passar dos anos, se tornou um importante local de peregrinação. Os astecas, em particular, reverenciavam a cidade por acreditar ser o lugar onde o mundo foi criado e seus deuses nasceram.

Com informações dos sites Segredos do Mundo e Ensinar História

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