- Bateria para quase dois dias
- Acabamento bonito e robusto
- Tela com 90 Hz
- Desempenho bacana
- Dificuldade para foco em fotos noturnas
- Sem 5G
O Moto G23 é a versão mais recente de um dos celulares econômicos da Motorola, ao menos para a primeira metade de 2023. Ele entrega tela de 6,5 polegadas, câmera de 50 megapixels e processador para lidar bem com o básico do Android 13 que vem instalado de fábrica.
Ele chega ao mercado prometendo resolver problemas encontrados na geração anterior, levantando a experiência do usuário para ir um pouco além do mais simples para quem busca o Android. Será que ele faz isso? O Moto G23 conseguiu evoluir? Eu passei as últimas semanas com este celular no bolso e conto minha experiência nos próximos parágrafos.
Moto G23 é firme e forte nas mãos
Um ponto sempre deixado de lado quando o assunto envolve celular bem econômico é o acabamento, mas este não é o caso no Moto G23. O smartphone pega emprestado parte do visual adotado em modelos mais caros da linha Edge e faz algumas matemáticas mais agressivas para fechar a conta, mas ainda assim continua bonito e robusto.

A traseira é feita em plástico, mas com toque mais áspero e com pouco brilho, deixando este deleite de luzes refletidas para a área onde ficam as câmeras. Com isso, elas ganham mais destaque e também ficam protegidas quando o usuário coloca o celular em uma superfície plana.
No final do dia, o Moto G23 parece mais formal do que informal, um caminho bem diferente de quando a Motorola começou essa linha de intermediários na década passada. Mas, mesmo assim, eu gostei do resultado.
Na frente temos um display LCD de 6,5 polegadas, com resolução HD+, mas que entrega atualização de 90 Hz. Eu reclamo de poucos pixels, mas a velocidade em que são exibidos compensa esta parte chata do meu comentário.

Olhando para o conteúdo, as cores são reproduzidas de acordo com um celular mais simples. Elas ficam um pouco abaixo do limite da própria tecnologia LCD e isso é bom, mas eu me incomodo com os ângulos de visão, até por conta da presença de painel IPS que, em tese, aumenta a capacidade dele ser visto mais de lado.
Por outro lado, o brilho foi forte o suficiente para não deixar a tela completamente opaca quando a luz solar estava bem por cima, no meio dia.
Fotos boas, mas de noite com miopia

As câmeras do Moto G23 fazem um trabalho bacana quando você tira fotos de locais bem iluminados. Eu não notei muitos artifícios comuns quando o software bate forte no sensor para ter um resultado melhor do que ele seria capaz de entregar.


A câmera principal, com seus 50 megapixels, registra cores sem degradê errado do céu ensolarado e não exibe tanto ruído assim. O tempo necessário para cada foto não incomoda e nem te obriga a ficar sem respirar por longos segundos.


A lente secundária faz ultrawide, tem apenas 5 megapixels e isso representa uma quantidade de detalhes consideravelmente inferior ao sensor principal. Neste momento, quando mais imagem é captada, a resolução é pequena demais. Pontos menores ficam perdidos e o software entra com mais força neste momento, resultando em locais com menor foco.


Mas, no geral, se você está em um ambiente bem iluminado, vai sair com fotos bacanas para as redes sociais. O problema aparece de noite, quando a quantidade de luz está dentro do esperado para um celular simples, mas a dificuldade no foco não.


A maior parte das minhas fotos simplesmente parece minha visão sem óculos, que corrige a miopia. Nas últimas partes do teste eu acabei sempre tocando no centro da interface da câmera para tentar garantir o foco, mas foram poucos registros corretos.


O modo noturno manual corrige parte deste problema e aumenta bastante a quantidade de luz, resolvendo também pontos mais estourados das lâmpadas ou das janelas em um prédio. Em registros com a lente ultrawide, a exposição mais longa é uma obrigação para fotos boas durante a noite.


Ah, sim, tem um sensor de 2 megapixels para macro, mas esqueça que ele está lá. O resultado não é bacana – e em nenhum celular com resolução tão baixa para uma câmera.


Desempenho bom
Se em câmeras a sensação é de escorregões aqui e ali, no desempenho o Moto G23 lida muito bem com a situação. Ele conta com um chip Mediatek Helio G85 e no Brasil chegou apenas em versão de 4 GB – lá fora ele é encontrado com o dobro de RAM, em 8 GB.
Mesmo menos forte, o chip da empresa taiwanesa garante aplicativos abrindo de forma praticamente instantânea. Eu encontrei alguns poucos engasgos durante o uso, mesmo em um scroll mais veloz de rede social, ou em um game mais leve.
Outro ponto que me prendeu a atenção foi como o Moto G23 lidou bem com jogos, sem esquentar muito o corpo. Pode ser um trabalho bacana da Mediatek ou uma solução eficiente da Motorola para lidar com o calor – ou então uma combinação destes dois fatores. No final das contas isso significa mais conforto para segurar o celular nas mãos.

Tudo isso controla o Android 13 com a interface da Motorola por cima, muito conhecida por entregar uma experiência de sistema operacional mais leve e pura. Ela chega com melhorias pontuais, como atalhos para abrir a câmera ou ligar a lanterna, indo até um toque com três dedos na tela para capturar o que está em exibição.
Mas que bela bateria hein Motorola?!
Eu me impressionei com quanto tempo consegui ficar com o Moto G23 antes dele reclamar que tinha pouca energia. No tanque temos 5.000 mAh e essa é a mesma quantidade de carga que existe em celulares muito mais caros e completos. Com isso, saiba que a autonomia é longa por aqui viu.
Consegui mais de um dia e isso significa duas horas de podcasts, três horas assistindo vídeo no YouTube, meia hora jogando alguma coisa 3D, um bom tempo tentando encontrar um endereço no Google Maps e um bocado de rede social nesse bolo. Eu fechei o dia com 40% de energia sobrando ainda.

Se você eliminar os jogos e assistir menos vídeos, eu imagino que seja possível terminar o segundo dia com uma só carga. Falando nela, o carregador incluso na caixa entrega 20 watts, mas a bateria permite entrada de 30 watts. Com o que temos para hoje (20 watts), eu precisei de quase 1h40 na tomada para sair de 0 e ir até 100% de energia.
Moto G23: vale a pena?
Depois de escrever tantos parágrafos e resumir minhas semanas de teste, eu considero que o Moto G23 é um celular competente para quem busca um intermediário bem simples. Ele tem corpo bem acabado, robusto e bonito, faz fotos bacanas de dia e precisa de óculos de noite, entregando ainda autonomia invejável na bateria.

O desempenho está dentro do esperado, sem surpreender, mas ele esquentar pouco foi algo que me chamou a atenção. O único ponto que teimo em considerar com a Motorola é a política de atualizações, que neste caso só levará o Moto G23 até o Android 14, que já está em testes e deve ser lançado em meados do segundo semestre deste ano – a gente já tá na metade do primeiro.
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Desempenho9.0
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Design9.0
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Câmeras8.0
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Bateria10.0
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Sistema/Interface8.0
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Tela7.0
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Conectividade7.0
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Resistência7.0
Moto G23: ficha técnica
Tela: | IPS LCD de 6,5 polegadas 1.600 x 720 pixels 90 Hz Brilho máximo de 400 nits |
Processador: | Mediatek MT6769Z Helio G85 (12nm) Octa-core (2×2,0 GHz Cortex-A75 e 6×1,8 GHz Cortex-A55) |
GPU: | Mali-G52 MC2 |
RAM: | 4 GB |
Armazenamento: | 128 GB |
Câmeras traseiras: | Principal: 50 MP f/1.8 Ultrawide: 5 MP f/2.2 Macro: 2 MP f/2.4 |
Câmera frontal: | 16 MP f/2.5 |
Sistema Operacional: | Android 13 |
Conexões: | Wi-Fi 5 (2,4 GHz e 5 GHz) Bluetooth 5.1 (A2DP, LE) USB-C (2.0) NFC Ráfio FM GPS, GLONASS, GALILEO |
Bateria: | 5.000 mAh Carregamento rápido de 30 watts |
Outros: | Leitor de impressões digitais (lateral) |
Dimensões: | 162,7 x 74,7 x 8,2 mm |
Peso: | 184 gramas |
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