Prós
  • Acabamento de primeira e confortável
  • Tela 4K, OLED e 120 Hz em cada olho
  • Rastreio de olhos é ótimo
  • Só 1 cabo para tudo (antes eram 5)
Contras
  • Caro demais
  • Poucos jogos disponíveis
  • Incompatível com games do primeiro PSVR

O boom de óculos para realidade virtual já passou, mas um nicho deste mercado segue vivo e com algum espaço reservado para ele: os jogos. Acessar games em VR é algo quase exclusivo dos PCs, mas a Sony resolveu renovar e melhorar muito sua proposta para o PlayStation 5 com o PlayStation VR2.

Ele é a segunda geração deste acessório, desta vez vem com apenas o PlayStation 5 em mente e resolveu praticamente todos os problemas do modelo anterior. Ele está muito mais anatômico, confortável e tem novos sensores, junto de exigir menos fios para funcionar.

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Será que vale a pena? O custo dele, bastante alto, atrapalha a vida? Eu testei o acessório por duas semanas e conto minhas experiências jogando bastante, neste review.

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Hardware evoluiu muito

PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Por fora, o PlayStation VR2 lembra muito o primeiro modelo, ao menos no formato do produto. Ele continua sendo construído em plástico branco na parte que prende o gadget na cabeça, mas trocou o preto da área de visão por branco e assim o conjunto ficou mais harmônico, minimalista até.

Prender e tirar o PlayStation VR2 não é um trabalho pesado, pois a parte da frente desliza para fora e atrás fica uma espécie de catraca, que aperta de forma precisa o pacote inteiro, adequando o gadget em qualquer tamanho de cabeça.

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Na parte da visão, que pode ser levantada para ver se alguém está por perto, temos borracha que permite o uso do produto até por quem utiliza óculos de grau, como é o meu caso. A caixa logo na frente dos seus olhos é equipada com quatro câmeras para frente e elas fazem o trabalho de identificar o ambiente e os controles.

PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Elas tanto identificam a profundidade dos objetos na sua frente, como podem abrir a tela para quando alguém te chama. Essa abertura é feita com iluminação de infravermelho e isso significa que você tem literalmente visão noturna nesse momento.

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Por dentro ficam duas lentes de fresnel que conseguem ser menores e ainda assim podem se adaptar aos mais distintos olhos dos usuários. Outra câmera está apontada para dentro e ela faz a leitura do movimento dos olhos.

PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Funciona assim: ao redor das lentes, existe uma faixa de LEDs com luz infravermelha, que seu olho não vê, mas a câmera detecta e ela analisa o movimento do reflexo desta iluminação, quando ela bate na sua íris. Com isso é possível saber para onde o jogador olha.

As telas são em painel OLED e em resolução 4K, com HDR ativado e isso tornou essa a melhor experiência possível para jogos que eu já tive em um óculos de realidade virtual. Pensando bem, é a melhor de todas, até olhando para outro público que não o dos games.

Lentes de fresnel, com luzes IR (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Lentes de fresnel, com luzes IR (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Mesmo com o olho tão próximo das telas, não é possível ver qualquer serrilhado, qualquer pixel e o contraste enorme da tela OLED permite a sensação de profundidade, quase um 3D. O campo de visão destes dois displays, junto da lente de fresnel, é de 110 graus.

Olhando para o hardware, ainda existem dois controles que vão nas mãos e eles entram no lugar das lanternas utilizadas antes. Eles são muito, mas muito mais ergonômicos, confortáveis e fáceis de usar. Passam a sensação de um controle DualSense cortado ao meio, com uma metade em cada mão.

PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

As câmeras externas do PlayStation VR2 também captam o movimento dos controles, com ajuda de luzes infravermelhas colocadas neles. Novamente seus olhos não notam, mas o sistema sabe onde cada joystick está e como está se movendo. A precisão na hora de transportar sua movimentação de braços para o jogo é espetacular.

Outra mudança drástica da primeira para a segunda geração do PlayStation VR está nos cabos. O novo modelo precisa apenas de uma conexão USB-C com o console, enquanto o anterior obriga o usuário a plugar cinco fios diferentes.

Este é o único cabo (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Este é o único cabo (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Sim, passamos de cinco para um e isso é fantástico, ajuda muito ao remover os cabos que poderiam ficar batendo no corpo, sendo pisoteados pelo chão. Os controles funcionam sem fios, apenas com baterias que duram cerca de cinco horas, já que eles também vibram – o óculos também, mas ele pega a energia do console pelo cabo USB-C.

Fechando a parte externa, a Sony conseguiu balancear todo o peso do produto para que ele não fique concentrado na área dos olhos, onde fica o maior componente do óculos. Isso garante conforto durante a jogatina por mais tempo. Parabéns.

Jogando, que experiência fantástica

Com tudo no rosto, cabo USB-C no console e controles carregados, o PlayStation VR2 exibe um tutorial para que você delimite sua área de jogo. Basta você olhar para o ambiente para que o óculos entenda como é o local. É possível modelar manualmente, se você quiser ficar somente por cima de um tapete, ou se quiser aumentar ainda mais o campo de movimento.

Tudo é feito da forma mais simples possível: olhe e aponte o controle para onde você quer adicionar campo, ou remover área. Depois basta dizer se prefere jogar sentado ou de pé e pronto. Já pode jogar.

Fones de ouvido podem ser plugados diretamente nos óculos, mas eles são simples e com poucos graves presentes. A experiência fica mais imersiva se você utilizar opções mais robustas no mercado.

Falando em fones, eu senti falta de algum controle físico para o ajuste do volume. O áudio é alto o suficiente para ser imersivo e impedir a entrada de barulho externo, mas em alguns momentos ele está elevado demais. Até pela saúde dos seus ouvidos, é bom poder configurar mais rapidamente.

Durante os jogos, testei com dois bem grandes. O primeiro foi Horizon Call of the Mountain e tive um misto de experiências, pois enquanto na parte de movimentação de olhos, cabeça e braços tudo foi imersivo ao máximo, ao ponto de me dar vertigem quando olhei para baixo e estava pendurado em uma beirada de rocha, o movimento do personagem no ambiente é bastante complexo. Pular é praticamente uma equação matemática.

Neste momento você percebe que um dos grandes trunfos do PlayStation VR2 é ter como acompanhar seus olhos: ele deixa o poder de fogo do PlayStation 5 apenas nos locais onde você olha, com a qualidade máxima de imagem lá. O restante entra em um estado chamado de “low poly”, que é quando os pixels deixam de ser muito detalhados e isso ajuda na hora de enviar duas imagens 4K, em 120 quadros por segundo e sem ver o desempenho cair.

Teoricamente, é como se você colocasse seu PS5 em duas TVs 4K com 120 quadros por segundo, funcionando ao mesmo tempo. Entende a importância de saber onde você olha? Falando nisso, um dos motivos que permitiu o óculos ser leve como é o hardware. Todo o processamento é feito no console, com o PlayStation VR2 sendo apenas a tela, com sensores extras e sem bateria.

Com isso ele não esquenta nunca, nem fica pesado. Boa ideia, bem diferente de outros como o Meta Quest 2, que faz tudo dentro dele mesmo.

Voltando para Horizon Call of the Mountain, os controles contam com sensor de pressão em todos os botões. Com isso, no jogo é possível fazer um V com os dedos só por levantar o seu indicador e o dedo do meio.

Já em outro jogo, Star Wars: Tales from the Galaxy’s Edge, o movimento do personagem é feito em blocos ao apontar o controle e apertar um botão. Ele explora ainda mais essa parte do “olhe no entorno”, ao ponto de colocar a pistola no coldre que realmente fica no lado da perna, ou pegar um item de uma bolsinha presa num cinto que fica no peito.

É olhar pra baixo e ver cada item desses. Virar a mão para ver o medidor de vida, pegar um item que recupera este ponto e voltar para o local do relógio, ou então estender o pulso para apertar um botão na porta do game, ou na luva do personagem para ver um holograma.

Tudo isso de forma muito, mas muito imersiva. Depois de tanto elogio, fica a pergunta: e o ponto negativo? Tenho dois, o primeiro é o tempo de bateria dos controles marcado em no máximo cinco horas, enquanto o segundo é o preço. O PlayStation VR2 custa mais caro que o PlayStation 5 na versão sem mídia física.

Este custo não é só alto aqui, é caro lá fora também. Junte isso com poucos jogos que realmente usam todos os recursos, pois para além dessa dupla, a lista de títulos não é das maiores. Tudo isso piora um pouco mais quando todos os jogos para o PlayStation VR de primeira geração não são compatíveis com o novo modelo.

PlayStation VR2: vale a pena?

Olha, sendo bem direto: se você gosta de jogar de formas diferentes e para além de um controle nas mãos, vale cada segundo de jogo. Essa foi a experiência mais imersiva que eu já tive em realidade virtual, com a melhor qualidade de imagem, ótimo até comigo que uso óculos e o som é envolvente.

PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
PlayStation VR2 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Ter OLED 4K na frente de cada olho é impressionante e tudo isso, junto dos sensores, saindo apenas de um único cabo USB-C que vai até o console, eliminando o conjunto enorme de antes e sem pesar na cabeça, é uma evolução monumental para o produto.

O problema é o preço e a biblioteca de jogos muito curta, sem compatibilidade com os games da geração passada. No Brasil o PlayStation VR2 custa R$ 4.499 em seu lançamento, mas se você puder pagar esse montante todo só pelo hardware, a diversão é garantida.

Eu comparei com o Meta Quest 2 né, mas nesse momento o PlayStation VR2 sai na frente por custar muito menos. Lá fora, o concorrente tem custo de US$ 1,5 mil, enquanto o da Sony custa US$ 550, quase um terço do valor.

Nossa avaliação
Nota Final
9.9
  • Jogabilidade
    10.0
  • Diversão
    10.0
  • Gráficos
    10.0
  • Som
    9.0
  • Performance
    10.0
  • Otimização
    10.0
  • Bugs/estabilidade
    10.0

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