Prós
  • Visual elegante
  • Câmeras são competentes
  • Proteção contra água e poeira (finalmente!)
  • Carregador incluso e veloz
Contras
  • Bateria dura pouco
  • Preço alto faz concorrer (e perder) para topo de linha

A Motorola segue em seu plano de voltar para o mercado de celulares mais competentes e caros, onde poucas marcas estão presentes hoje no Brasil. Temos Samsung, Apple, Xiaomi e só. Pois bem, a aposta do dia, mas aqui nos intermediários bem fortes, para a empresa responsável pela primeira ligação de um celular no mundo é o Edge 40 e ele é uma belezinha.

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O smartphone foi lançado com aquela espessura mais fina dos últimos modelos da Motorola, tem as bordas curvadas já experimentadas pela Samsung num passado recente, utiliza um chip muito forte para 2023 e volta com um recurso que faz falta sim quando o celular está no patamar dos mais caros: proteção contra água e poeira.

Será que vale a pena? Eu passei as últimas semanas andando para todo lado com o Motorola Edge 40 no bolso e te conto minha experiência nos próximos parágrafos deste review.

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Fino, elegante e sincero

Enquanto os celulares mais caros da concorrência vão ficando mais grossos, até por conta de bateria mais volumosa, o Motorola Edge 40 segue esbelto e com pouca gordura. Ele é um dos mais finos de todo mercado para este segmento e tem apenas 167 gramas, combinando bem com o conjunto mais curvado.

Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Eu não sou muito fã de telas curvadas, até pela curva de aprendizado exigida quando você segura o celular nas mãos e evita toques acidentais com a palma que ainda encosta no display. Por outro lado, este tipo de tela dá três coisas importantes: o smartphone fica mais bonito, colabora com a espessura menor e chama atenção por “dobrar” para os lados, sem ser flexível de fato.

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Funciona, o Motorola Edge 40 é muito bonito até mesmo quando você coloca uma capa dos Vingadores e deixa o aparelho todo colorido. Olhando para o Edge 30 na geração passada, eu gostei dos avanços e eles realmente são para frente. Sabe a curvatura da tela? Então, a traseira também tem e isso ajuda bastante no conforto da pegada.

O material mais áspero por aqui segue nesse toque mais gostoso, mas eu fico com medo se o couro vegano vai descascar com os anos de uso, ou não. Só o tempo dirá e infelizmente todos os reviews contam com o celular emprestado por 15 dias, ou um mês. Então você, do futuro, comenta aqui se descascou ou não, tudo bem?

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Couro vegano na traseira (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Couro vegano na traseira (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Outro momento que me deixou animado com o Motorola Edge 40 foi ver a proteção contra água deixar de ser esquecida pela empresa. Finalmente! Ela já teve aparelho com este tipo de guarnição, com um exemplo fresco aqui no Moto G de terceira geração. Enfim, neste do review o certificado é IP68 e isso garante até mergulho em água doce por 30 minutos, em um metro e meio de profundidade.

A Motorola não diz nada disso, quem fala é a própria certificação. Minha sugestão é: use no máximo para limpar o celular quando ele estiver melado, colocando o aparelho na torneira e sem usar sabão. Dá pra arriscar uma foto na piscina, mas eu não arriscaria se o Edge 40 fosse meu – a garantia não vai cobrir dano por água e existem partes dentro do celular para indicar se existe entrada de líquido nele, tá?

Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 tem tela e traseira curvados (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Tela pOLED continua excelente

Não é de hoje que a Motorola acerta nas telas. Bem me lembro que até no LCD convencional de alguns modelos menos caros ela tende a entregar uma experiência muito boa. No caso do Edge 40 temos um pOLED de 6,55 polegadas e com atualização marcada em 144 Hz, assim o gamer sai feliz nessa conta também.

Existe suporte para HDR10+ e o brilho máximo alcança 1,2 mil nits. Com isso tanto o alcance dinâmico, quanto a leitura em ambientes muito ensolarados, tiram proveito de um display com facilidade na hora de mostrar o conteúdo da melhor forma possível – mesmo quando o ambiente joga contra.

Tudo isso está em um intermediário forte e não no topo de linha, é o mesmo display do Edge 30 Ultra da geração passada e que não faz muito tempo desde que foi lançado. No conjunto, a tela é excelente na reprodução de cores, no contraste e no ângulo de visão.

Motorola Edge 40 tem tela pOLED de 144 Hz (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 tem tela pOLED de 144 Hz (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Existe a possibilidade de ser melhor? Ô se tem, mas se você coloca isso neste aparelho, deixa o Edge 40 Pro com dificuldade na hora de existir, entende? Ele é o topo de linha e o máximo nos números está nele, não aqui. Então, lembrando que o Edge 40 é um intermediário e muito, mas muito bom na hora de mostrar as imagens.

Já em som a sensação não é de excelência. Não é ruim, mas o Motorola Edge 40 só quebra o galho. O que me incomoda é a presença de Dolby Atmos impresso no topo do aparelho, passando a imagem de suprasumo em áudio – e é só mediano mesmo, está dentro do que entregam concorrentes como o Galaxy A54 da Samsung e que não colocou nada impresso para chamar atenção.

Poucas, mas boas câmeras

Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Olhando para outro ponto importante na hora da compra, as câmeras do Motorola Edge 40 são muito boas sim. Temos aqui apenas duas na traseira, sendo a principal com 50 megapixels, seguida de uma ultrawide que também faz macro e registra tudo isso com 13 megapixels. Eu senti falta de uma teleobjetiva, mas tudo bem – a falta é pequena.

Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Assim como todo celular do mercado com mais de 12 megapixels no sensor, o software não vai te dar um arquivo final com 50 megapixels. Ele junta quatro pontos por vez e você ganha uma imagem com 12,5 megapixels, que deixa entrar mais luz e segue com nível elevado de detalhes.

Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Para o cotidiano onde o objetivo é tirar o celular do bolso, fazer a foto e voltar ele pra lá, sem pensar em ajustes ou coisa do tipo, o Motorola Edge 40 é excelente. Nos meus testes as cores estão muito bem representadas, até mesmo fora da saturação elevada da tela pOLED do celular.

Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O alcance dinâmico é forte para trabalhar áreas escuras e muito claras da mesma forma, deixando informação para todo mundo sair feliz. Este balanço me lembra as câmeras da Samsung até.

Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Mesmo na ultrawide as cores estão todas lá, mas nesta lente há um balanço mais para os tons frios (azulados), enquanto a principal vai para os quentes (mais para amarelos). Esta é uma característica encontrada em quase todo celular Android, do mais caro até o mais barato e só não vejo a mudança no iPhone. Incomoda? Ao olhar mais afiado e que tem as duas plataformas, sim, mas para todo restante do mundo isso não faz a menor diferença.

Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Em ambientes escuros, mesmo com pouquíssima luz, o modo noturno automático já é competente e ele tira proveito da lente claríssima com abertura de f/1.4. Você ainda pode colocar o Night Vision manualmente, quando precisa segurar a respiração por dois ou três segundos, então o resultado é ainda melhor para locais praticamente na escuridão.

Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Para todos os meus testes, tanto o modo noturno manual, quanto o automático, lidam da mesma forma. Neles eu sempre estive na cidade, onde existe alguma luz aparecendo e o sistema consegue trabalhar com ela. As cores não ficaram lavadas, não vi muito granulado e o resultado me agradou bastante nas duas ocasiões.

Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera principal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera ultrawide do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Nas selfies temos o excelente para postar em redes sociais. As câmeras principais são melhores sempre e isso não é um problema só da Motorola, mas de toda indústria. De qualquer forma, existe suavização no rosto, o alcance dinâmico é bom e você sairá feliz, mesmo de noite.

Foto com a câmera frontal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Foto com a câmera frontal do Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Mediatek no lugar do Snapdragon, dá bom?

De vez em quando temos uma troca de Snapdragon por Mediatek em alguns celulares e os comentários tendem a não cair no lado positivo. Seja por falta de modelos com este chip no mercado de aparelhos mais caros, seja pela sensação de “isso não é uma Brastemp” que temos na linha branca das casas – com marcas excelentes e melhores que a Brastemp em muitos exemplos, mas sem o peso da marca conhecida.

O Motorola Edge 40 tem um Mediatek Dimensity 8020, com 8 GB de RAM e a unidade de testes veio com 256 GB de memória. No conjunto, saiba que não existe aplicativo disponível na Play Store capaz de fazer o chip tremer de medo, nada abriu em tempo maior do que em um piscar de olhos.

Motorola Edge 40 (Imagem: reprodução/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 (Imagem: reprodução/Olhar Digital)

Este bom desempenho, mesmo com alguns apps rodando no fundo, traz a sensação de que este é um intermediário apenas e exclusivamente por não ter a versão topo de linha da própria Mediatek (o 9200+), ou por concorrer diretamente com um Snapdragon 778G+. Se eu tive dificuldade para encontrar diferença em força bruta, imagine a pessoa que só quer tirar fotos, ver o WhatsApp, Facebook, TikTok, abrir o Waze e jogar algum game. Tudo casualmente.

Eu só notei problema em uma coisa que eu já sabia e esperava: um celular mais fino tem maior dificuldade na hora de fazer o calor gerado pelo chip ser espalhado na carcaça, para então se livrar dele. É isso, ele esquenta e é rápido. Não que você fique incomodado logo na abertura de um jogo ou app pesado, mas vai sentir em uns 20 minutos de uso.

Chega a queimar? Não, de forma alguma! O problema é que em um game por mais tempo, o desempenho vai diminuir para o calor conseguir sair, protegendo o chip e o usuário.

Motorola Edge 40 (Imagem: reprodução/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 (Imagem: reprodução/Olhar Digital)

Já no software a Motorola continua com sua interface com ares de Android puro, mas com nome de My UX. O aparelho roda o Android 13 abaixo dela e você só nota ser um sistema com modificações em widgets específicos, funções como usar a tela curvada para notificações visuais ou atalhos, girar o pulso para abrir a câmera, ou balançar duas vezes e ligar a lanterna.

O Ready For é outro ponto de mudança para o Android puro dos Pixel, pois ele abre uma interface de desktop quando o Motorola Edge 40 é plugado em um monitor, seja por cabo, seja por Wi-Fi mesmo.

Sem muita bateria, mas recarrega rápido

Por fim, a bateria entra na conta da espessura bem fina: se você tem menos espaço lá dentro, tudo será menor e um componente sempre gordinho é a bateria. Ela é fina o suficiente para não segurar um dia inteiro de uso nos meus testes, que envolve usar apenas o Edge 40 como aparelho no bolso.

Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

Isso envolve bastante foto por dia, uso constante de mapas para andar pela cidade, duas horas de podcast em áudio, duas horas de vídeo, alguns jogos e muita rede social. Precisei do carregador antes do previsto, mas ao menos ele vem na caixa, é de 68 watts e isso significa recompor 50% da bateria em 15 minutos de tomada, com a recarga completa precisando de 46 minutos. Rápido.

Motorola Edge 40: vale a pena?

Eu gostei bastante da experiência que tive com o Motorola Edge 40. Ele é competente, veloz, ágil e bonito. As fotos são muito boas em praticamente qualquer situação e o aparelho passa um ar de sofisticação, seja pela tela curvada para os lados, ou então se você pensar apenas na textura diferente da traseira.

Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)
Motorola Edge 40 (Imagem: André Fogaça/Olhar Digital)

O problema é a concorrência. Colocando em seu patamar correto, de intermediário com cara de topo de linha e que divide até o nome com o Edge 40 Pro, entendo que o celular briga com modelos como o Galaxy S21 FE, mas o preço diz outra coisa. O aparelho da Motorola custa R$ 1 mil além do valor cobrado pela Samsung no varejo, o que coloca ele competindo com o Galaxy S22 e nessa hora fica difícil.

Não preciso dizer que o Galaxy S22 é superior ao Edge 40 em tudo. Câmera, processador, tempo de atualização do Android, proteção contra água e maior facilidade para lidar com o calor gerado pelo chip. A Motorola tem um histórico de dificilmente baixar o preço, então em pouco tempo o Galaxy S23 estará no mesmo patamar dos R$ 3.999 cobrados pela empresa.

Quando isso acontecer, a vida do Edge 40 será ainda mais complicada. No atual cenário eu só consigo recomendar ele se você gosta muito da Motorola e não está disposto a olhar para a concorrência. Em alguns meses será pouco proveitoso escolher ele.

Motorola Edge 40 – ficha técnica

Tela:pOLED de 6,55 polegadas
2.400 x 1.080 pixels
144 Hz
HDR10+
Brilho máximo de 1.200 nits
Processador:Mediatek Dimensity 8020 (6 nm)
Octa-core (4×2,6 GHz Cortex-A78 e 4×2,0 GHz Cortex-A55)
GPU:Mali-G77 MC9
RAM:8 GB
Armazenamento:128 GB
256 GB
Câmeras traseiras:Principal: 50 MP f/1.4
Ultrawide: 13 MP f2.2
Câmera frontal:32 MP f/2.4
Sistema Operacional:Android 13 com My UX
Conexões:Wi-Fi 6e (2,4 GHz e 5 GHz)
Bluetooth 5.2 (A2DP, LE)
USB-C (2.0)
GPS, GLONASS, GALILEO, BDS
Bateria:4.400 mAh
Carregamento rápido de 68 watts
carregamento sem fio de 15 watts
Outros:Leitor de impressões digitais (óptico, sob a tela)
Dimensões:158,4 x 72 x 7,6 mm
Peso:167 gramas
Nossa avaliação
Nota Final
9.0
  • Desempenho
    9.0
  • Design
    10.0
  • Câmeras
    9.0
  • Bateria
    7.0
  • Sistema/Interface
    9.0
  • Tela
    10.0
  • Conectividade
    9.0
  • Resistência
    9.0

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