Perseverance revela novos segredos sobre Marte

Após mil dias marcianos em Jezero, o rover Persevrance revelou informações importes sobre o passado da cratera
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 18/12/2023 21h03
Imagem da cratera de Jezero feita pelo Perseverance (Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)
Imagem da cratera de Jezero feita pelo Perseverance (Crédito: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS)
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O rover Perseverance da NASA já está operando há mais de mil dias marcianos na cratera de Jezero. Sua missão forneceu informações importantes sobre o local e permitiu aos cientistas traçar a história da cratera ao longo das eras.

  • Acredita-se que a cratera de Jezero tenha se formado há cerca de 4 bilhões de anos com um impacto de asteroide;
  • O rover aterrissou no local em 18 de fevereiro de 2021, e desde lá tem recolhido amostras para investigar a geologia de Jezero e se em algum momento já existiu vida no local;
  • De acordo com Ken Farley, cientista da missão, a escolha do local para o pouso do Perseverance se deu porque imagens orbitais revelaram um delta, indicando que em algum momento a cratera já foi um lago, ou seja, um ambiente potencialmente habitável.

O fundo da cratera é formado por rochas ígneas, o que indica a ocorrência de atividade vulcânica ou elevação de magma depois do impacto do asteroide. Milhões de anos depois, chegou a água em Jezero, o que foi confirmado quando o Perseverance encontrou arenito e laminito no fundo da cratera.

Acima dessas rochas existe mais laminito, mas esse é rico em sal, deixado para trás quando a água da cratera evaporou. No entanto, esse não é o final da era aquosa da Jezero, a presença de pedregulhos no delta indica que já existiu um fluxo de água rápido na cratera. Estima-se que o lago tenha atingido cerca de 35 quilômetros de diâmetros, mas possuía no máximo 30 metros de profundidade. 

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Vida em Jezero

Lagos são locais potencialmente habitáveis, a própria vida na Terra começou a partir da água, fazendo da Jezero um ótimo local para vida. Além disso, os pedregulhos podem ser o local ideal para encontrar fósseis escondidos.

O rover também encontrou material carbonático, indicando um ambiente aquático onde a vida pode ter existido, e fosfato de ferro, sendo o fósforo um ingrediente essencial para a vida. A cratera também é rica em Sílica, ideal para preservar a vida antiga. 

No entanto, mesmo com esses indícios e o Perseverance equipado com instrumentos capazes de detectar tanto estruturas antigas semelhantes a fósseis, quanto assinaturas químicas deixadas pela vida antiga, nenhum sinal de que ela existiu em Jezero foi encontrado.

Após esses mil dias marcianos vividos pelo Perseverance, sua jornada ainda não terminou. Agora ele irá investigar a borda da cratera Jezero e talvez evidências de vida antiga possam finalmente ser encontradas.

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.