Um dia o nosso Sol vai morrer. E quando esse dia chegar uma série de eventos cósmicos fantásticos vai estar aguardando nosso sistema solar. O Sol é um grande reator de fusão termonuclear, realizando milhões de reações que o deixam sempre brilhante e cheio de energia. Mas, eventualmente, esse combustível se esgotará, e o nosso Sol vai finalmente morrer.

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O nosso Sol é uma grande caldeira termonuclear, queimando hidrogênio por meio de um processo de fusão nuclear liberando hélio como resultado. Essa reação libera uma quantidade colossal de energia na forma de luz e calor, alimentando atmosfera radiante do Sol.

Porém, ao ficar sem combustível interno, o Sol vai começar a se expandir, se transformando em uma grande gigante vermelha. Nesse processo as órbitas de Mercúrio e Vênus serão engolidas, a Terra logo em seguida também irá sucumbir ao calor da estrela e esse será o fim da vida em nosso planeta.

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Se o sol fosse uma estrela mais massiva, sua morte estelar tomaria ares de expressão artística. Ao se expandir violentamente, o Sol explodiria em uma supernova, iluminando e pintando o nosso sistema solar com cores e luzes únicas. No entanto, as estimativas sugerem que nosso sol é quase exatamente a massa mais baixa necessária para produzir uma nebulosa planetária visível.

O termo “nebulosa planetária” pode soar como algo que não é. Apesar do nome, ela não possui nem um tipo de relação com planetas. Em vez disso, ela descreve uma esfera maciça de gás e poeira luminosos que se desprenderam de uma estrela já muito envelhecida.

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O termo “planeta” tem origem na palavra grega antiga “planētēs”, que significa “errante”, refletindo a observação de corpos celestes que pareciam mover-se de maneira irregular em relação às estrelas fixas no céu.

Denominada pela NASA de Nebulosa Estelar em Forma de Vento RCW 58, esse objeto é uma “bolha Wolf Rayet” formada pelo material ejetado da estrela WR 40 na constelação de Carina. Créditos: Mark Hanson e Mike Selby

Quando uma estrela morre, ela libera uma massa de gás e poeira, chamada envelope. Essa massa expõe o núcleo da estrela, que a essa altura já esta se exaurindo de combustível. Somente nesse estado, que o núcleo da estrela extremamente quente irradia o conteúdo do envelope. Assim a nebulosa ganha vida e passa a brilhar intensamente por cerca de dez mil anos, ficando visível.

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No entanto, diferente de algumas nebulosas planetárias, que podem ser vistas a distâncias astronômicas enormes. Ao morrer, o nosso Sol deixará apenas uma breve e tênue assinatura estelar. Devido a sua massa mais baixa, ele talvez não será capaz de gerar uma nebulosa planetária significativamente poderosa para ser vista de longe.

Ao fim da sua vida curta de dez mil anos, a nebulosa planetária se dispersará no vazio. Enquanto o núcleo do Sol, já faminto por combustível, não será mais capaz de brilhar. As altas pressões e temperaturas em seu núcleo cairão bruscamente e ele se transformará em uma anã branca. Mas esse ainda não será o fim do nosso Sol.

Ao longo de alguns bilhões de anos a mais o nosso Sol seguirá esfriando e queimando o resto de combustível que ainda possui, esfriando e diminuindo de brilho e calor. Nesse estágio ele estará lentamente se transformando-se em uma anã branca fria antes de eventualmente se tornar uma anã negra composta principalmente por carbono e oxigênio. Esse será o fim do nosso sol, um processo tão lento que tomará mais tempo do que toda a existência do universo até agora.

O que é nebulosa?
Imagem: IvaFoto / Shutterstock

O destino do nosso sol, apesar de selado, tomará muito mais tempo do que a própria existência, deixando um rastro de beleza singela no cosmos, antes de se tornar uma joia dura e fria vagando solitária pela imensidão do universo.

Essa nova visão do fim do Sol constitui um artigo publicado na revista Nature Astronomy e disponível para leitura em arXiv.org.