Uma pesquisa do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveu coração robótico que bate como se fosse o órgão real, imitando seu funcionamento, movimento e estrutura.

A invenção pode revolucionar o setor médico ao permitir o estudo e testes em tempo real, além de servir como simulador no treinamento de profissionais.

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Coração robótico

O coração robótico é, na verdade, biorobótico. Isso porque ele é o órgão real de um porco, mas teve um músculo do lado esquerdo substituído por bomba robótica feita de silicone.

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Essa bomba é acionada por ar e, quando inflada, comprime o coração como se fosse o músculo real, bombeando o sangue artificial através do sistema circulatório simulado e imitando o movimento de batida do órgão real.

Vídeos mostrando o funcionamento do coração robótico podem ser vistos diretamente na pesquisa original, no site Cell. O IFLScience publicou alguns deles no YouTube. Veja a demonstração:

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Problema do coração real

O estudo destaca que, antes de qualquer intervenção médica ou cirúrgica, os procedimentos são submetidos a testes rigorosos. No entanto, os simuladores cardíacos atuais não comportam a complexidade dos experimentos e, quando dão conta do recado, duram pouco tempo, de duas a quatro horas.

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Uma alternativa seriam os testes em animais, mas estes normalmente são caros e demorados – sem contar que nem sempre os resultados podem ser inferidos em corações humanos.

O coração biorobótico pode servir como esse simulador. Ellen Roche, engenheira biomédica e autora do estudo sobre a invenção, diz que a novidade permite realizar diferentes intervenções nas válvulas do órgão e pode servir como uma plataforma de treinamento para médicos, cirurgiões, estudantes e estagiários de medicina. Além disso, pode ajudar engenheiros a projetar novos dispositivos e permitir que pacientes entendam melhor o funcionamento da própria doença.

Ilustração dos testes no coração robótico (Imagem: Reprodução/MIT)

Como o coração robótico foi testado

Para testar o coração robótico, os pesquisadores se concentraram na regurgitação mitral, distúrbio no qual a válvula entre as câmaras cardíacas esquerdas não fecha corretamente. Isso faz com o que o sangue flua para trás e pode causar desde falta de ar até inchaço nos membros e insuficiência cardíaca.

Um procedimento cirúrgico para corrigir isso já existe, mas é complexo e arriscado. A equipe, então, criou o coração biorobótico e propôs solução:

  • Eles danificaram a válvula mitral para agir como na condição de distúrbio almejada;
  • A equipe corrigiu o dano de três formas diferentes: arrumando o problema da válvula com cordas artificiais, substituindo a válvula danificada por uma prostética e implantando dispositivo para ajudar no fechamento da válvula;
  • Os três procedimentos foram bem-sucedidos e normalizaram a pressão, o fluxo e a função cardíaca.

A vantagem é que, além de testar diferentes métodos sem riscos a paciente real, eles puderam entender como o coração reage às intervenções e também coletar resultados em tempo real.

Ilustração realista de coração e sistema circulatório de uma pessoa
(Imagem: Reprodução/American Health Care Academy)

O que vem agora?

Segundo o Eurekalert, com o sucesso do coração robótico, os pesquisadores querem otimizar o dispositivo para encurtar seu tempo de produção e prolongar ainda mais sua vida útil. Atualmente, o tempo de validade é de alguns meses. Eles também querem testar coração robótico com impressão 3D, ao invés de usar órgãos de porcos.