Conforme noticiado pelo Olhar Digital, este ano temos três eclipses: um da Lua (ocorrido em março) e dois do Sol. Um dos eclipses solares foi total e aconteceu em abril, sendo visto em partes do Canadá, quase todos os EUA e norte do México. Já o próximo, que vai acontecer na quarta-feira que vem (2), será um eclipse solar anular – como o último visível do Brasil, que se deu no ano passado, também chamado de “Anel de Fogo”.
Será que desta vez o evento também poderá ser visto aqui do nosso país? Primeiro, vamos entender o que é um eclipse solar anular.

O que é um eclipse solar
Um eclipse solar ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol lançando uma sombra sobre determinada área do planeta e bloqueando total ou parcialmente a luz solar. Existem três tipos mais conhecidos desse fenômeno: parcial, anular e total. Há ainda um quarto padrão, mais raro, que praticamente mistura todos eles: o eclipse solar híbrido (como o que aconteceu em abril de 2023).
O eclipse parcial é o tipo mais comum, que acontece quando apenas uma parte do Sol é coberta pela Lua. Nesse caso, praticamente não há alteração da luminosidade do dia. Por sua vez, o eclipse total se caracteriza quando todo o disco solar é bloqueado pela Lua, fazendo o dia escurecer por completo.
Já o eclipse solar anular é bem parecido com o total, porque a Lua cobre o Sol, mas deixa um círculo de luz visível em seu entorno – o chamado “Anel de Fogo”. Isso acontece porque ela está mais distante da Terra (no apogeu ou próximo a ele), fazendo com que sua circunferência aparente seja menor que a do Sol.

A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido por elipse. À medida que ela atravessa esse caminho elíptico ao redor do planeta a cada mês, sua distância se alterna entre 356.500 km no perigeu (aproximação máxima) e 406.700 km no apogeu.
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Onde o “Anel de Fogo” poderá ser visto
De acordo com o site Space.com, o eclipse solar anular de outubro será visível para aqueles dentro de um amplo caminho através do Oceano Pacífico e do sul da América do Sul.
No ponto máximo do eclipse no Pacífico, a Lua cobrirá 93% do centro do Sol, e o “Anel de Fogo” ficará visível por 7 minutos e 25 segundos.

Este eclipse solar anular tem um longo trajeto, subindo ao sul do Havaí no Oceano Pacífico Norte e se estabelecendo ao norte da Geórgia do Sul no Oceano Atlântico Sul. Essa viagem é de 14.163 km, com o caminho entre 265 a 331 km de largura. Muito pouco dessa trilha atravessa solos, com apenas Rapa Nui (Ilha de Páscoa) e partes do sul do Chile e da Argentina na América do Sul dentro do caminho da anularidade.
O “Anel de Fogo” será visível a partir daquela remota ilha vulcânica no Pacífico Sul, a meio caminho entre o Taiti e a América do Sul. Faz apenas 14 anos que um eclipse solar total foi visível de lá, em 11 de julho de 2010.
Cerca de 3.540 km a oeste do Chile, Rapa Nui é o lar de mil misteriosos moais, os remanescentes de uma cultura dos séculos 13 e 16. Empoleiradas em pedestais de pedra chamados ahus, essas figuras humanas esculpidas podem ser encontradas em vários locais da ilha, que está inteiramente dentro do caminho do eclipse.

Como assistir ao eclipse pela internet
Apenas 11.600 km do caminho da anularidade cruzam áreas continentais em 2 de outubro, a grande maioria no sul da América do Sul, em dois países em particular: Chile e Argentina – ou seja, o fenômeno não será observável do Brasil em sua totalidade.
No entanto, em algumas áreas do país será possível testemunhar parte do evento. Os estados que poderão ver o eclipse, em ordem crescente de maior percentual eclipsado do Sol são: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Bahia.
Quanto mais ao sul, maior será a porcentagem de cobertura do Sol pela Lua. Por exemplo, enquanto Goiânia verá apenas 0,02% do disco solar eclipsado, Porto Alegre testemunhará 26%. No Chuí, extremidade mais ao sul do Brasil, a cobertura será de 38,15% (a máxima a ser observada no país).
De acordo com o Observatório Nacional (ON), em São Paulo, o eclipse deve começar a se formar, parcialmente, às 16h51 (pelo horário de Brasília), terminando às 18h23, com o pôr do Sol. No Rio de Janeiro, poderá ser visto a partir das 16h59, com o Sol desaparecendo no horizonte às 17h50. Em Minas Gerais, o evento ocorre das 18h59 às 18h15.
Quem não puder ver pessoalmente por causa da localização ou preferir assistir pela internet, poderá acompanhar a transmissão ao vivo programada pelo ON em seu canal no YouTube, a partir das 12h30.