No estilo “missão secreta”, a China realizou nesta sexta-feira (4) o lançamento de uma aeronave reutilizável ao espaço. Do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, um veículo Long March 2F colocou a espaçonave em órbita. O objetivo é fazer com que o equipamento teste tecnologias reutilizáveis durante o voo.

Todo o processo de preparação para o evento foi realizado de forma muito discreta. Há meses o centro de lançamento chinês elaborava o plano de voo, no entanto, os indícios de uma possível missão vieram apenas na quinta-feira (3), quando o espaço aéreo foi fechado.

A abertura da janela de lançamento ocorreu às (1h23, tarde de quinta no Brasil). Pouco depois, a mídia estatal chinesa Xinhua espalhou a notícia: o lançamento ocorreu com sucesso. A aeronave reutilizável experimental encontra-se em órbita de inclinação de cerca de 45 graus.

Segundo um relatório da própria Xinhua, após um período de operação em órbita, a espaçonave deve retornar ao local de pouso programado na China.

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Aeronave chinesa está em órbita para realizar testes com tecnologia reutilizável. Créditos: Vadim Sadovski /Shutterstock

Durante o lançamento, as naves de rastreamento espacial Yuanwang também estiveram posicionadas  para apoiar a missão.

Algo também a se destacar sobre a missão é sobre seu nível de segurança. Para se ter ideia, a China ainda não divulgou fotos do ocorrido e garantiu que pessoas que estivessem pelo parâmetro não compartilhassem imagens.

Também cabe frisar que a Long Marcha 2F, utilizada para despachar a aeronave, já foi lançada 14 vezes ao espaço, tonando-se parte importante em missões como a Shenzhou.

Espaçonaves reutilizáveis

A economia que viagens com espaçonaves reutilizáveis pode gerar já é motivo suficiente para vários países investirem na ideia. Os Estados Unidos, por exemplo, têm neste exato momento uma aeronave reutilizável em órbita, a EUA X-37B, em sua sexta missão.

Em 2017, quem se posicionou sobre o assunto foi a China. A China Aerospace Science and Technology Corp. (Casc) divulgou na época que tinha como meta o desenvolvimento de um avião espacial de estágio único para órbita até 2030. Já para 2045, o objetivo é um ônibus espacial movido a energia nuclear.

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Em 2017, a China já havia anunciado seu interesse em lançar ao espaço aeronaves reutilizáveis. Créditos: Testing / Shutterstock

Na mesma oportunidade, o país afirmou que começaria a fazer testes com naves reutilizáveis em meados de 2020. Com a promessa cumprida, a intenção é continuar promovendo voos para verificar a capacidade de relançamento e uso repetido destes foguetes

Já a China Aerospace Science and Industry Corp. (Casiv), outra estatal gigante do país, tem priorizado seu próprio avião espacial, o Tengyun. Segundo a empresa, o processo envolvendo a Tengyun é totalmente diferente do executado pela SpaceX, por exemplo. Isso significa que o equipamento dela pode decolar de um aeroporto comum para transportar aeronaves em órbita. “Isso trará uma revolução para o transporte aeroespacial futuro”, ressaltou a companhia.

Fonte: Space News