A aposta da Sony para a nona geração de consoles é o PlayStation 5. O novo console da marca chega ao mercado em 12 de novembro – dia 19 no Brasil – e promete uma experiência bastante diferente do que vimos no PlayStation 4.

E isso de fato é verdade – pelo menos em relação à experiência do usuário e o DualSense, novo controle da empresa. A implementação de um SSD também faz parte do pacote, trazendo melhorias significativas no carregamento dos jogos e até do próprio sistema.

Para confirmar que todas essas promessas se cumprem e ver o que os consumidores podem esperar do PS5, o Olhar Digital recebeu da Sony uma unidade antecipada do console para testes. Nesta análise, mostraremos tudo o que achamos do dispositivo.

Design e acabamento

À primeira vista, o console impressiona pelo tamanho. Isso já pode ser visto desde o momento em que olhamos para a caixa. Felizmente, essa característica só faz com que ele seja ainda mais elegante. Quando não estiver sendo usado, pode se passar tranquilamente por uma item de decoração.

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O corpo do console é composto basicamente por três peças: duas placas brancas que ficam nas laterais do videogame e um componente central, na cor preta e com acabamento em ‘black piano’ – que evidencia qualquer poeira que cair sobre ele.

Reprodução

Outro detalhe bastante interessante são os LEDs que a Sony implementou no console. Localizados na parte central, as luzes mudam de acordo com a tarefa que está sendo realizada – azul para inicialização, branco durante o uso e laranja para o modo de repouso. Isso, aliado ao design, traz mais ainda a sensação de que o dispositivo vem do futuro.

No entanto, como nem tudo é perfeito, a base do videogame não é uma solução tão prática assim. Entendemos que ela é essencial para utilizá-lo em ambas as posições, mas ter de tirá-la a todo o momento que quisermos mudar o videogame de lugar pode ser complicado.

DualSense

O controle implementado pela Sony, o DualSense, é um dos maiores acertos da geração. Além da aparência futurista, que acompanha a do console, o destaque do joystick fica por conta de seu novo sistema de vibração.

Anteriormente, a vibração do controle era algo mais centralizado. Agora, apenas partes do periférico se movimentam. Por conta disso, andar em um cenário de areia, por exemplo, não dá o mesmo feedback tátil de quando o personagem caminha por um terreno com buracos ou asfalto.

Outra implementação que vale destaque é a presença de um microfone. Esse recurso, quando anunciado, gerou polêmica na comunidade gamer, pois um controle com microfone poderia ser uma arma para coletar informações. Felizmente, há um botão para desligar a captura de sons.

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Além disso, esse microfone pode ser usado em momentos específicos de jogos. No caso da demo técnica ‘Astro’s Playroom’, ao soprar a entrada de áudio, um pequeno ventilador é ativado no jogo. Quando mais força você coloca no sopro, mais rápido o componente gira. 

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É na parte da bateria que o controle decepciona. Em nossos testes com alguns jogos, o periférico alcançou cerca de quatro horas de utilização, o que pode ser considerado bem pouco, principalmente se considerarmos que nem todas as funções presentes nele são usadas simultaneamente. Mesmo assim, pode ser bom comprar um cabo USB-C mais longo para carregá-lo enquanto joga.

Sistema

Aqui, há grandes mudanças nas telas iniciais. Os ícones estão menores, garantindo uma aparência mais minimalista, já que o destaque fica por conta da foto do game. Na parte de configurações, quem está acostumado com a interface do PlayStation 4 não vai se perder, já que tudo está no mesmo lugar – a única diferença está na cor do fundo.

Esse mesmo padrão, inclusive, também é visto na PSN, a loja do videogame. Agora, ela está com ícones maiores para os seus jogos e promoções e, aquele antigo menu que ficava na lateral se foi.

Ao pressionar o botão PS do controle, um menu bastante discreto é aberto na parte inferior, dando a possibilidade de acesso rápido aos downloads, configurações de áudio, acessórios e desligar o console. Além disso, é possível acessar facilmente alguns “cartões” de conquistas e detalhes do jogo que você está jogando. Tudo isso para facilitar a jogatina e acompanhar seu progresso simultaneamente.

SSD

O SSD é outra novidade deste console. Essa foi uma decisão bastante certeira da Sony, já que garante que o sistema seja fluído e bastante ágil para diversas tarefas. Na questão dos jogos, por exemplo, para iniciar ‘Spider-Man: Miles Morales’ após ligar o console, o videogame levou menos de 30 segundos para me colocar dentro do jogo.

Os carregamentos também estão quase inexistentes. Ainda citando o jogo do aranha, não há loadings perceptíveis, tudo é direto ao ponto.

No entanto, para instalar discos de PlayStation 4, não notei muita diferença no tempo para a cópia dos arquivos para o armazenamento interno. Isso porque, grande parte do processo depende da internet dos usuários, já que um update é baixado simultaneamente.

Outro problema presente no SSD é a questão do espaço de armazenamento. Por conta do sistema e outros arquivos que reservam parte da memória, os jogadores têm à disposição 667,2 GB. Isso pode ser insuficiente para quem gosta de ter muitos títulos, já que alguns deles passam facilmente de 40 GB.

Para resolver essa questão, basta plugar um HD externo, correto? Errado. Isso porque o PS5 até permite a utilização de uma expansão via USB. No entanto, ela não pode ser utilizada nos jogos para o console e nem para armazená-los. A unidade só comporta títulos de PS4 e, mesmo assim, os games podem não contar com as melhorias prometidas.

Resoluções

Assim como seus concorrentes de geração, o console da Sony consegue reproduzir conteúdo em até 4K e com 120 Hz. Nossos testes foram realizados nessa resolução, mas com a taxa de atualização fechada em 60 Hz. Mesmo assim, isso foi suficiente para fornecer uma experiência bastante fluída e com melhorias perceptíveis nos jogos.

Conclusão

Apesar de ser um console bastante impressionante em alguns aspectos – principalmente na questão de hardware e no controle – a Sony pecou em aplicar poucas mudanças no sistema. A experiência acaba sendo bastante semelhante ao que foi visto no PlayStation 4.

Claro que, dadas as devidas proporções entre os consoles, o PS5 é uma boa alternativa, principalmente se considerarmos a evolução gráfica implementada que já pode ser vista em alguns dos jogos que acompanham o videogame no lançamento.

Há pontos que não gostamos, mas isso é ínfimo se a experiência geral for levada em conta. Por isso, o PlayStation 5, assim como os novos Xbox, representa uma boa opção para se ter acesso à nova geração. Mesmo com os altos e baixos, podemos dizer que a briga da nona geração será acirrada, principalmente se a Sony souber como utilizar bem os recursos que implementou.

Matéria feita em colaboração com Álvaro Scola