O recém-criado Alphabet Workers Union (AWU, na sigla em inglês), sindicato dos trabalhadores da Alphabet, emitiu posição sobre as ações do YouTube, ou a falta delas, frente ao presidente dos EUA, Donald Trump. O coletivo quer que Trump seja banido efetivamente da plataforma, assim como já ocorreu no Facebook, Instagram e Twitter.
Tanto o posicionamento do grupo, como a decisão de banimento das redes sociais, foram influenciadas por uma invasão no Capitólio dos Estados Unidos no começo desta semana, que inclusive deixou vários mortos e feridos. O presidente da maior potência do mundo tem disparado falsas alegações sobre o ocorrido.

Na quarta-feira (6), o YouTube removeu um vídeo de Trump abordando a invasão, mas parece que a exclusão não foi o suficiente para o AWU. Dessa forma, o grupo definiu a atuação da plataforma como “sem brilho” em relação aos ocorridos e às afirmações do presidente. “O YouTube se recusa a responsabilizar Donald Trump pelas próprias regras da plataforma”, disse o grupo.
Em nota, o AWU também destacou que “o YouTube não deve mais ser uma ferramenta de recrutamento e opressão fascista”. Em outra parte do documento, o coletivo também cita o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro: “qualquer coisa menos é apoiar a violência mortal: de Gamergate a Charlottesville, de Christchurch a Washington DC, de Jair Bolsonaro a Donald Trump. A Alphabet, ao deixar de agir, causou um dano tremendo: às milhares de vítimas do ódio e ao mundo”.
Em conclusão, o AWU quer alertar o YouTube e ainda dialogar para soluções de melhoria na plataforma. “Advertimos nossos executivos sobre esse perigo, apenas para sermos ignorados ou recebermos concessões simbólicas, e os resultados foram suicídios, assassinatos em massa, violência em todo o mundo e agora uma tentativa de golpe no Capitólio dos Estados Unidos”, diz a carta.
Sindicato AWU
O coletivo de trabalhadores da empresa de propriedade do Google foi criado recentemente e o posicionamento sobre a atuação do YouTube frente aos atos de Trump é o primeiro do grupo. O sindicato busca por direitos legais de negociar condições de trabalho, além de lutar contra retaliações e contratos governamentais controversos.
Em comunicado à imprensa, os trabalhadores expuseram como mais da metade dos empregados são contratados e apontaram a carência de diversos benefícios.
Ademais, os trabalhadores questionam represálias por conta de greves e dilemas éticos envolvendo alguns contratos da companhia — que fomenta o uso da tecnologia para desenvolvimento de drones militares, por exemplo.