Processo contra o Google exige bloqueio do Telegram na Play Store

Ação exige que Alphabet retire Telegram da Play Store pela ineficácia da moderação do app contra discursos de ódio em sua plataforma
Por Igor Shimabukuro, editado por André Lucena 26/01/2021 17h39, atualizada em 26/01/2021 22h50
Telegram
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Na segunda-feira (25), o ex-embaixador dos Estados Unidos no Marrocos, Marc Ginsberg, processou a Alphabet — dona do Google — no tribunal da Califórnia, exigindo a remoção do aplicativo Telegram da Play Store por facilitar a disseminação de discursos de violência, extremistas e antissemitas.

Segundo Ginsberg, o Telegram têm sido utilizado como palco para ameaças, encorajamento e coordenação de violências racistas, principalmente após a morte de George Floyd e da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A ação exige que a empresa de Sundar Pichai adote o mesmo critério usado para banir o aplicativo Parler de sua loja, acusado de ser uma das plataformas usadas para a organização do ataque ao Capitólio, nos EUA, no início do mês.

Os banimentos do Parler, tanto na Apple Store quanto no Google Store, podem ter provocado a migração de muitos usuários para o Telegram, reconhecido por ser uma alternativa de comunicação segura. Segundo o processo, existe até um canal no app chamado “refugiados do Parler”.

App Telegram
Telegram é acusado de não moderar os discursos odiosos em sua plataforma. Imagem: Tashatuvango/Shutterstock

“O Google não tomou nenhuma ação contra o Telegram comparável à ação que tomou contra o Parler para obrigar o Telegram a melhorar suas políticas de moderação de conteúdo”, diz o processo de Ginsberg.

O processo também acusa o Telegram de atuar como plataforma para comércio de entorpecentes, como LSD e cocaína.

Adeus, Telegram?

No último dia 17, a Apple também foi processada e pressionada para retirar o Telegram da App Store. A ação foi movida por Ginsberg e por um grupo chamado Coalização Para Uma Web Mais Segura (do inglês Coalition for a Safer Web), responsável por pressionar empresas de tecnologias a adotarem ações mais assertivas contra conteúdos considerados extremistas em suas plataformas.

Os motivos foram os mesmos: os autores da ação alegam que o Telegram não consegue controlar os discursos odiosos e extremistas em seu app e cabe à Apple retirar o aplicativo de sua loja, tendo em vista que os termos de serviço da plataforma não estão sendo respeitados.

Assim como a Alphabet, Apple também foi de ação visando a remoção do Telegram na App Store. Imagem: AleksandarNakic/iStock

Na semana passada, Pavel Durov, fundador do Telegram afirmou que a plataforma “emprega um sistema de moderação robusto” e “colabora com líderes da indústria, governos e legisladores em todo o mundo, fornecendo relatórios diários de transparência”.

O discurso parece não ter surtido efeito e os processos caem como uma bomba para o Telegram, que reportou um número considerável de novos adeptos após os novos termos de privacidade anunciados pelo seu concorrente WhatsApp.

Os processos devem paralisar o mundo inteiro e trazem uma dúvida cruel: WhatsApp e Signal seriam os próximos?

Via: Bloomberg

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Redator(a)

Igor Shimabukuro é redator(a) no Olhar Digital

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.