Na segunda-feira (25), o ex-embaixador dos Estados Unidos no Marrocos, Marc Ginsberg, processou a Alphabet — dona do Google — no tribunal da Califórnia, exigindo a remoção do aplicativo Telegram da Play Store por facilitar a disseminação de discursos de violência, extremistas e antissemitas.

Segundo Ginsberg, o Telegram têm sido utilizado como palco para ameaças, encorajamento e coordenação de violências racistas, principalmente após a morte de George Floyd e da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A ação exige que a empresa de Sundar Pichai adote o mesmo critério usado para banir o aplicativo Parler de sua loja, acusado de ser uma das plataformas usadas para a organização do ataque ao Capitólio, nos EUA, no início do mês.

Os banimentos do Parler, tanto na Apple Store quanto no Google Store, podem ter provocado a migração de muitos usuários para o Telegram, reconhecido por ser uma alternativa de comunicação segura. Segundo o processo, existe até um canal no app chamado “refugiados do Parler”.

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App Telegram
Telegram é acusado de não moderar os discursos odiosos em sua plataforma. Imagem: Tashatuvango/Shutterstock

“O Google não tomou nenhuma ação contra o Telegram comparável à ação que tomou contra o Parler para obrigar o Telegram a melhorar suas políticas de moderação de conteúdo”, diz o processo de Ginsberg.

O processo também acusa o Telegram de atuar como plataforma para comércio de entorpecentes, como LSD e cocaína.

Adeus, Telegram?

No último dia 17, a Apple também foi processada e pressionada para retirar o Telegram da App Store. A ação foi movida por Ginsberg e por um grupo chamado Coalização Para Uma Web Mais Segura (do inglês Coalition for a Safer Web), responsável por pressionar empresas de tecnologias a adotarem ações mais assertivas contra conteúdos considerados extremistas em suas plataformas.

Os motivos foram os mesmos: os autores da ação alegam que o Telegram não consegue controlar os discursos odiosos e extremistas em seu app e cabe à Apple retirar o aplicativo de sua loja, tendo em vista que os termos de serviço da plataforma não estão sendo respeitados.

Assim como a Alphabet, Apple também foi de ação visando a remoção do Telegram na App Store. Imagem: AleksandarNakic/iStock

Na semana passada, Pavel Durov, fundador do Telegram afirmou que a plataforma “emprega um sistema de moderação robusto” e “colabora com líderes da indústria, governos e legisladores em todo o mundo, fornecendo relatórios diários de transparência”.

O discurso parece não ter surtido efeito e os processos caem como uma bomba para o Telegram, que reportou um número considerável de novos adeptos após os novos termos de privacidade anunciados pelo seu concorrente WhatsApp.

Os processos devem paralisar o mundo inteiro e trazem uma dúvida cruel: WhatsApp e Signal seriam os próximos?

Via: Bloomberg

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