Um novo estudo conduzido por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, concluiu que, caso o aquecimento global não seja limitado a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, viver em regiões tropicais, como o Brasil, pode se tornar insuportável.

A previsão se baseia em uma medida chamada de temperatura de bulbo úmido, que é usada para contabilizar o calor e umidade, e é semelhante ao que os observadores do clima chamam de índice de calor.

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“A ideia geral é que o corpo não responde apenas à temperatura, ele responde à umidade”, disse Kristina Dahl, cientista do clima, que não participou do estudo, ao Phys.org.

Dahl explica que o resfriamento do corpo acontece por meio da transpiração cutânea. Porém, em um determinado nível de calor e umidade, a transpiração se torna complexa do ponto de vista termodinâmico.

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Os cientistas acreditam que esse ponto é atingido quando a temperatura do bulbo úmido alcança 35°C, algo semelhante a um índice de calor de 71°C.

A resistência ao calor é algo que varia de pessoa para pessoa, mas, segundo os pesquisadores, um bulbo úmido de 35°C é insuportável para qualquer ser humano que fique ao ar livre.

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Acordo de Paris

Temperatura da Terra não pode subir acima de 1,5°C para que o clima nos trópicos siga suportável

A temperatura interna média do corpo humano é de 37°C. Entretanto, a temperatura da pele precisa ser mais baixa que isso para permitir que o calor do núcleo flua para a pele. Se a temperatura da pele sobe, a temperatura interna também sobe, iniciando um estado de febre.

“Altas temperaturas centrais são perigosas ou até letais”, explicou Yi Zhang, pesquisador-chefe do estudo. Na pesquisa, a equipe fez uma série de projeções de como o aquecimento global poderia afetar o bulbo úmido nos trópicos, área que inclui o Brasil.

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De início, eles teorizaram que a dinâmica atmosférica é simples e controla a temperatura do bulbo úmido nas regiões tropicais. Depois disso, usaram dados de décadas de medições meteorológicas para confirmar a hipótese.

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Com base nessas informações, o time comandado por Zheng chegou à conclusão que se o aquecimento global não for limitado a 1,5°C, o clima ficará insustentável para os seres humanos na maior parte das regiões tropicais, incluindo o Brasil.

Estes níveis são o que é proposto no Acordo de Paris, um tratado internacional sobre mudanças climáticas, que visa limitar o aumento da temperatura do planeta em níveis abaixo de 2°C, tendo como objetivo justamente 1,5°C.

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