Uma foto divulgada pela Nasa na última quinta-feira (8) mostra algo intrigante: um mar de “dunas” azuis sobre a paisagem marciana, próximas à calota polar no hemisfério norte do planeta.

Apesar de ter sido publicada recentemente, a imagem é muito mais antiga. Ela é um composto de múltiplas imagens obtidas com um instrumento chamado Themis (Thermal Emission Imaging System, Sistema de Imagem por Emissão Térmica) a bordo do satélite Mars Odyssey.

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“Dunas Azuis” fotografadas pelo instrumento Themis à bordo da Mars Odyssey são na verdade regiões mais frias da superfície. Imagem: Nasa/JPL-Caltech/ASU

Infelizmente, apesar de belas, as dunas na imagem não existem na realidade. Pelo menos não como mostrado na foto. Esta é uma imagem em “cores falsas”, ou seja, colorizada artificialmente para facilitar a identificação de diferentes características do terreno.

Neste caso, as áreas mais frias da imagem são colorizadas em tons de azul, e as mais quentes, iluminadas pelo Sol, em tons amarelos e dourados. É a mesma técnica usada em câmeras térmicas, que atribuem diferentes cores a diferentes temperaturas do objeto fotografado.

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20 anos em Marte

O satélite Mars Odyssey recentemente completou 20 anos em órbita do planeta. Lançado em abril de 2001, ele foi crucial para que os cientistas descobrissem onde há água em Marte.

“Antes do Odyssey, não sabíamos onde esta água estava armazenada”, disse Jeffrey Plaut, líder da missão Odyssey e cientista no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, na Califórnia. “Detectamos ela pela primeira vez a partir da órbita, e depois confirmamos sua localização usando a Phoenix”, sonda que pousou no planeta em 2008.

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O satélite também foi crucial para a produção de mapas mais precisos de Marte. Estes mapas auxiliaram na escolha de locais de pouso mais seguros para missões futuras, incluindo o rover Perseverance.

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E uma vez que um rover está em solo, o Odyssey pode ser usado para retransmitir seus dados para a Terra. Isso porque um satélite em órbita pode carregar antenas e transmissores mais potentes do que um rover em solo, onde tamanho, peso e consumo de energia são pontos críticos.

O uso de retransmissores como o Odyssey permitiu que os cientistas recebessem mais dados mais rapidamente, e que o público tivesse mais imagens de Marte para se maravilhar, como a que mostramos acima.

Fonte: Nasa/JPL-Caltech/ASU