A Rússia parece estar inclinada a encerrar mais de duas décadas de cooperação com o ocidente na Estação Espacial Internacional (ISS) e seguir seu próprio caminho. O vice-primeiro-ministro do país, Yury Borisov, afirmou recentemente que Moscou estava analisando se deixaria o programa da ISS a partir de 2025 por causa da idade da estação.
Dmitry Rogozin, chefe da agência espacial russa (Roscosmos), se juntou à discussão ao afirmar que “o primeiro módulo central de uma nova estação orbital russa está em construção”. Segundo o executivo, a corporação aeroespacial russa Energia pretende ter o módulo “pronto para o lançamento” em 2025.
Entretanto, em declaração oficial à AFP (Agence France-Presse), a Roscosmos afirma que uma eventual saída russa do programa de cooperação internacional da ISS, que envolve 15 países, ainda está em estudo. “Quando decidirmos iremos começar a negociação com nossos parceiros em formas e condições de cooperação além de 2024”.
Uma eventual saída russa da ISS pode ser efeito de uma maior aproximação do país com a China e seu programa espacial. O país, que não tem acesso à ISS, iniciará neste mês a construção de sua própria estação orbital, e recentemente assinou um acordo de cooperação com a Rússia para a construção de uma “estação de pesquisa” na Lua.
Estação Espacial Internacional sente o “peso” da idade
A construção da Estação Espacial Internacional se iniciou em novembro de 1998, com o lançamento do módulo russo Zarya, mas a estação só se tornou habitável em novembro de 2000, com a chegada da primeira tripulação na Expedição 1.
Recentemente, vazamentos de ar e falhas em equipamentos cruciais, como geradores de oxigênio e banheiros, levantaram preocupação quando ao estado de conservação e durabilidade da instalação.
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Em declaração à agência de notícias russa RIA Novosti, o cosmonauta russo Gennady Padalka afirmou que todos os módulos do segmento russo estão “esgotados” e precisam ser substituídos.
Eles foram projetados com uma vida útil de 15 anos, mas já estão em uso há 20. A Rússia está desenvolvendo um novo módulo científico para a ISS, chamado Nauka, que deve ser lançado no segundo trimestre deste ano.
Fonte: Phys.org