O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse nesta sexta-feira (7) à agência de notícias AFP que a probabilidade do primeiro estágio do foguete Longa Marcha 5B causar danos no retorno à Terra é “extremamente baixa”. “A maioria dos componentes vai se destruir” ao reentrar na atmosfera, afirmou.
Segundo Wenbing, o governo chinês dará mais informações sobre a situação “em um momento oportuno”. A afirmação reflete a opinião de especialistas chineses e internacionais: segundo eles apenas parte dos componentes do foguete resistirá à reentrada.
Marcelo Zurita, diretor técnico da Bramon, a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros, lembra que “uma grande parte do material do foguete é completamente vaporizado na reentrada. Geralmente, sobram apenas os tanques de combustível, que recebem uma proteção térmica”.
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Claro que, mesmo com uma chance pequena, os destroços do Longa Marcha 5B podem causar estrago. Mas de acordo com o Global Times, pertencente ao Diário do Povo, jornal oficial do Partido Comunista Chinês, os relatos de que o foguete está “fora de controle” e pode causar danos são exagero dos estrangeiros.
Ao Global Times, o especialista aeroespacial Song Zhongping afirmou que a China monitora o pedaço de foguete. Ele também destacou que o combustível utilizado pelo Longa Marcha 5B é ecológico e não vai poluir o oceano. “É mais uma campanha da chamada ‘ameaça espacial da China’ adotada por forças ocidentais”, concluiu.
O local mais próvavel para a queda do foguete é na costa oeste dos Estados Unidos, no Oceano Pacífico, neste sábado (8). O Departamento de Defesa (DoD, na sigla em inglês) dos Estados Unidos monitora o objeto.

“Todos os destroços são ameaças em potencial à segurança do voo e ao domínio espacial”, destacou o Pentágono. O monitoramento do objeto ficou a cargo do 18º Esquadrão de Controle Espacial, na Califórnia.
O foguete Longa Marcha 5B foi lançado para colocar em órbita o primeiro módulo da futura estação espacial chinesa, chamada Tiangong. O primeiro estágio, objeto que irá cair na Terra, tem 33 metros de comprimento, 5 metros de diâmetro e pesa 21,6 toneladas. É o tamanho que causa preocupação, já que a chance de que destroços sobrevivam à reentrada e atinjam o solo é maior.
A última vez que um objeto de grande porte fez uma reentrada em nossa atmosfera foi em 2018, quando a primeira estação espacial chinesa, Tiangong-1, caiu ao sul do Oceano Pacífico. Ainda assim, ela é pequena comparada ao primeiro estágio do Longa Marcha 5B, com apenas 10 metros de comprimento e 3,3 metros de largura.
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