Veículos elétricos como carros e vans serão mais baratos para se fabricar e vender no mercado europeu nos próximos anos. Com isso, estima-se que essa opção passe a ser mais barata para o consumidor em comparação com os veículos movidos a combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel. 

A estimativa é da BloombergNEF e foi encomendada pela Transport & Environment (T&E), que é a Federação Europeia para os Transportes e o Meio Ambiente. Segundo o estudo, os veículos elétricos a bateria têm o potencial de atingir 100% das novas vendas de toda a União Europeia até o ano de 2035.

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As primeiras a ficarem mais baratas devem ser as vans elétricas, que devem se tornar mais baratas que as a diesel já em 2025. Os sedãs e os SUVs devem ter seus custos de produção equiparados com o dos seus similares a gasolina em 2026, enquanto os carros pequenos devem chegar a esse ponto no ano seguinte.

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Gráfico mostra o momento em que os elétricos ficarão mais baratos que os carros a combustão. Crédito: BloombergNEF

De acordo com o estudo, isso deve acontecer por conta da queda nos custos das baterias, que se somarão a novas arquiteturas de veículos e linhas de produção dedicadas inteiramente para carros elétricos. Além, é claro, dos subsídios oferecidos para esse segmento, mas que terão um peso menor que os demais aspectos. 

“Os veículos elétricos serão uma realidade para todos os novos compradores dentro de seis anos”, disse a diretora sênior de veículos e mobilidade eletrônica da T&E, Julia Poliscanova. “Eles serão mais baratos do que motores de combustão para todos, desde o homem com uma van em Berlim até a família que vive no interior da Romênia. Os veículos elétricos não são apenas melhores para o clima e a liderança industrial da Europa, mas também para a economia”, completa ela, 

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Cenário no Brasil

Apesar das vendas de veículos eletrificados no Brasil terem crescido no início de 2021, ainda estamos longe de chegar no mesmo patamar dos europeus. “Infelizmente, a gente está um pouco desconectado do resto do mundo”, disse o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Adalberto Maluf, à revista Quatro Rodas.

Nissan Leaf é um dos poucos modelos elétricos vendidos no Brasil. Crédito: Nissan/Divulgação

“Quando falamos que, ano passado, a média mundial de participação dos elétricos nas vendas foi de 4,6%, aqui no Brasil, a participação de veículos elétricos puros foi de 0,3% do total”, completa o executivo. Maluf acredita que a tributação é o principal fator para que o mercado brasileiro para veículos a bateria siga estacionado. 

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Segundo ele, o regime brasileiro utiliza meios arcaicos para tributação ao cobrar por cilindrada e peso. Com isso, novas tecnologias e maior eficiência energética acabam sendo penalizadas. Além disso, faltam incentivos governamentais nos moldes dos que são oferecidos por outros países ao redor do mundo. 

“Cada vez mais os governos vêm subsidiando novas tecnologias para fazer essa transição e reduzir a emissão de poluentes”, disse Maluf. “No Brasil, como nós não temos o governo federal induzindo esse processo, o setor não se vê motivado para investir”, completa.  

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