Jeff Bezos foi lá em cima, ao espaço, e voltou, tornando-se o segundo bilionário a fazê-lo depois que Richard Branson retornou à Terra em 11 de julho de 2021. E o que o CEO da Blue Origin tem a dizer sobre a experiência?
“É algo que te deixa humilde”, disse Bezos, homenageando a “todos os astronautas que já estiveram lá em cima”.
Isso, após agradecer a “todos os empregados e clientes da Amazon” que “pagaram” pela viagem, em meio a risos da plateia reunida para uma coletiva de imprensa.
Participaram do evento o executivo e os três outros tripulantes da New Shepard: Wally Funk (agora, a pessoa mais velha a ir ao espaço), Oliver Daemen (agora, a pessoa mais jovem a ir ao espaço), além de Mark Bezos, irmão caçula de Jeff.
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“A parte da gravidade zero foi uma das maiores surpresas, pois me passou uma sensação tão… normal”, disse Bezos. “Quase como se humanos tivessem evoluído para viver nesse ambiente — sensação de serenidade e paz”. Ele seguiu dizendo que a parte mais profunda da viagem de 10 minutos, para ele, foi olhar para a atmosfera da Terra, ressaltando sua imensidão em comparação à nossa presença no planeta.
Disse Bezos: “todos os astronautas que já foram lá em cima dizem isso: ‘É uma experiência que muda a gente’ — e muda mesmo”.
Ao longo da coletiva, Bezos e o restante da equipe falaram sobre a sensação de ter viajado — ainda que por poucos 10 minutos — para onde poucas pessoas conseguirão ir em vida, mas também dedicou um tempo para falar sobre a tecnologia aplicada nesse empreendimento.
“A questão do voo vertical, por exemplo: nós queremos ‘treinar’ com isso — esse é o ponto de todo o projeto: criar prática para que engenheiros escalem isso em missões futuras. Decolar e pousar verticalmente é algo interessante: é como equilibrar uma vassoura em um dedo — é possível, mas você não faz o mesmo com um lápis, pois quanto menor o objeto, mais difícil é equilibrá-lo naquela posição”, disse Bezos, justificando o tamanho aproximado de seis andares da nave New Shepard com o foguete que a levou ao espaço.
“Se a nave fosse menor, isso não seria possível”.
Sobre o seu próprio futuro, Bezos disse que, com a sua recente saída da liderança da Amazon, ele conseguirá administrar melhor o seu tempo. Ainda assim, ele não ficará 100% focado na Blue Origin: “Eu vou dividir meu tempo entre a empresa e o Earth Fund, olhar para assuntos como aquecimento global, sustentabilidade. Então serão essas duas coisas — e provavelmente terei uma terceira coisa, uma quarta coisa, mas ainda não sei o que serão”.
Mas ele garantiu que pretende voar de novo: “quão rápido pudermos reabastecer essa coisa”, disse, apontando para a cápsula da Blue Origin.
Se antecipando a outra pergunta dos jornalistas presentes, Bezos disse que a Blue Origin pretende lançar mais duas missões ainda em 2021, mas que ainda não decidiu como será o volume de missões e novos lançamentos, agora que a “estreia” da empresa ficou para trás.
“Nós vamos decidir isso no ano que vem. Evidentemente, queremos que essa cadência seja bem alta, e estamos ainda aprendendo com alguns processos atuais — as vendas comerciais, tempo logístico, etc. Nossa demanda está bem alta, estamos próximos da marca de US$ 100 milhões [R$ 522,65 milhões] em vendas, então queremos ter essa prática, vamos nos concentrar em desenvolver isso”.
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