Pesquisadores da Universidade A&F Noroeste, na cidade de Xianyang, na China, estão estudando o funcionamento dos feromônios sexuais em baratas fêmeas. A intenção dos cientistas é entender como diminuir a libido dos animais, a fim de fazer com que os machos não se sintam atraídos pelas fêmeas, o que pode fazer com que elas não mais se reproduzam.

O objeto de estudo dos pesquisadores é a barata-germânica, que não é aquela que, por vezes, levanta voo bem errático e assustador, que é a mais comum no Brasil. Essa é aquela baratinha menor, mas não menos desprezada por quem tem medo ou nojo. Nas baratas, não são os belos olhos que encantam os machos, mas um conjunto de moléculas presentes em seu exoesqueleto.

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A reprodução das baratas

Várias baratas em uma placa de petri
Para se reproduzir, as fêmeas atraem os machos com feromônios. Crédito: Punkbarby/iStock

Entre essas moléculas, estão hidrocarbonetos oleosos, que além de ativar a libido do sexo oposto, também têm a função de evitar que as baratas sequem. Entre esses hidrocarbonetos, está um chamado 3,11-DimetilC29, e a abundância desse composto, que é quimicamente convertido em um feromônio sexual feminino, é um dos fatores que diferenciam os machos das fêmeas.

Quando uma barata macho sente esse feromônio, ele levanta suas asas e expõe uma glândula rica em nutrientes. Nesse momento, eles fazem uma troca, enquanto a fêmea se alimenta com os nutrientes presentes nessa glândula, o macho copula com ela. Esse processo é que vai gerar os ovos e, posteriormente, novas baratas.

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Diminuindo a libido

Barata-Alemã
Pesquisadores conseguiram bloquear uma enzima que tornava as fêmeas mais atraentes. Crédito: Erik Karits/iStock

Para entender melhor o funcionamento da síntese do 3,11-DimetilC29 nas baratas, os pesquisadores bloquearam uma enzima específica dessas moléculas usando um método chamado interferência de RNA. Após derrubarem essa enzima, que foi denominada como BgElo12, a libido das baratas caiu bastante e os machos se sentiram menos atraídos pelas fêmeas modificadas.

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“A identificação desta via que regula os feromônios de contato feminino é valiosa”, disse o autor principal do estudo, Tong-Xian Liu. “Isso enriquece nossa compreensão geral da regulação do comportamento sexual dos insetos. Além disso, a elucidação desta via chave na barata em particular pode levar a uma melhores maneiras de controlar a reprodução desta praga”, completou o pesquisador.

Com informações da Phys

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