O russo Aleksandr Zhukov, também conhecido como Rei da fraude, foi condenado a 10 anos de cadeia nos Estados Unidos por operar um mega esquema fraudulento de publicidade digital usando bots. As autoridades afirmam que o golpe arrecadou US$ 7 milhões (quase R$ 38 milhões).

Zhukov havia sido preso na Bulgária em 2018, sendo extraditado para os Estados Unidos em 2019. O Rei da fraude foi então condenado em maio de 2021 pelo Departamento de Justiça americano (DOJ) por fraude eletrônica, conspiração de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e conspiração para lavagem de dinheiro.

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Agora, o Tribunal Distrital do Distrito Leste de Nova York acaba de anunciar sua sentença, e o scammer russo terá que passar mais sete anos na prisão. Scammer é o nome em inglês que significa golpista virtual, dado a pessoas especializadas na criação de perfis falsos na internet com o intuito de enganar potenciais vítimas.

Como funcionava o esquema do Rei da fraude

No esquema Methbot (derivado de Media Methane, nome da falsa rede de anúncios criada pelo Rei da fraude), os anunciantes pagavam a Zhukov grandes somas para impulsionar suas campanhas de marketing online. No entanto, em vez de colocar os anúncios em sites reais, os golpistas alugaram 2 mil servidores em um datacenter, que foram configurados para atuar como servidores da web para exibição dos anúncios.

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Usando um bot farm (sistema de bots que age como uma “fazenda de cliques”), o Rei da fraude e seus co-conspiradores simulavam usuários visitando versões falsificadas de pelo menos 6 mil sites (incluindo o New York Times e o New York Daily News), que então exibiam as campanhas publicitárias das vítimas.

Era criada a ilusão de que usuários humanos da internet estavam vendo os anúncios. Usando essa atividade humana simulada, os “bots” geraram falso tráfego para os sites entre setembro de 2014 e dezembro de 2016, criando assim impressões falsas de marketing.

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Bots também simulavam mouse e ignoravam captchas

Conforme publicação do DOJ, Zhukov e seus co-conspiradores também programaram os bots para clicar em uma tela um número determinado aleatoriamente. Além disso, os golpistas faziam os bots simularem mouse se movendo e rolando para baixo em uma página da web, iniciarem e pararem players de vídeo, ignorarem captchas, aceitarem cookies e falsamente parecerem estar inscritos em serviços de mídia social populares, como Facebook, Twitter e Google.

Nenhum dos anúncios para os quais as empresas pagaram Zhukov foram exibidos em sites reais, e nenhum deles jamais foi visto por usuários humanos da internet. “Zhukov dirigiu e transferiu os rendimentos do esquema para e por meio de várias contas bancárias pessoais e corporativas na Bulgária, Rússia, Reino Unido, República Tcheca, Letônia e Chipre”, consta na publicação do DOJ.

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O Rei da fraude ficou com 75% dos lucros do esquema, embolsando mais de US$ 4,8 milhões (cerca de R$ 26 milhões) com a fraude. Além da pena de prisão de 10 anos, Zhukov foi condenado a pagar US$ 3,8 milhões em confisco (R$ 20,5 milhões, aproximadamente).

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Imagem: Ichigo121212/Pixabay/CC