Bactérias que têm uma função importante na digestão de alimentos parecem ter o potencial de causar danos sérios às células do pâncreas, podendo aumentar o risco de desenvolvimento de câncer. Agora, pela primeira vez, essas bactérias foram examinadas por pesquisadores em um instituto na Suécia.

O câncer de pâncreas, assim como a maioria dos tumores no aparelho digestivo, é extremamente agressivo e mortal. Como seus primeiros sintomas são facilmente confundidos com inflamações, isso quando existem, o diagnóstico precoce de tumores nesta glândula é bastante complexo e raro.

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Na maioria dos pacientes, quando o câncer no pâncreas é descoberto, já se trata de uma doença terminal. Por conta disso, acredita-se que, em breve, o câncer de pâncreas passe o câncer de mama como o terceiro mais mortal na Europa.

O que é o pâncreas?

O pâncreas é uma glândula situada na parte posterior do estômago, sua principal função é a produção da insulina. Não é incomum que essa parte do corpo apresente lesões, algumas delas, inclusive, podem ser precursoras de tumores, o que abre a necessidade de cirurgias.

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Por isso, é muito importante conhecer em detalhes os fatores de risco para cânceres nesse local. A ligação exata entre essas lesões e o desenvolvimento de câncer ainda não foi descoberta, mas estudos anteriores indicam que a presença de bactérias orais no pâncreas pode ser um sinal de gravidade dessas lesões.

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Danos ao DNA

Ilustração 3D de uma molécula de DNA
Bactérias orais presentes no pâncreas podem causar a quebra do DNA de fita dupla, o que pode evoluir para lesões celulares e, posteriormente, câncer. Imagem: ktsdesign/Shutterstock

Este novo estudo mostrou que muitas dessas bactérias podem infectar células pancreáticas e até mesmo se esconder dentro delas, o que pode ser bastante prejudicial para a saúde dos pacientes. Isso inclui a quebra do DNA de fita dupla, que é o primeiro passo para lesões celulares que podem evoluir para cânceres.

“Descobrimos que os antibióticos podem prevenir danos ao DNA”, explica a professora do Departamento de Medicina Dentária do Karolinska Institutet, na Suécia, Margaret Sällberg Chen. Segundo ela, as descobertas confirmam o papel das bactérias no desenvolvimento do câncer e abrem caminho para novos tratamentos.

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“Discutimos a possibilidade de introduzir um tratamento antibiótico local em conjunto com, por exemplo, um exame ou tratamento endoscópico”, explica o co-autor do estudo, Asif Halimi. “ Isso reduziria o risco de infecção bacteriana e evitaria problemas futuros”, completa o pesquisador.

Via: Medical Xpress

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