Uma pesquisa realizada pela empresa de biotecnologia 23andMe identificou que fatores genéticos podem ser a explicação para a perda de olfato e paladar em pessoas que tiveram Covid-19. O estudo foi publicado na revista Nature Genetics e foi realizado com uso de dados autorrelatados sobre a perda dos sentidos.

A pesquisa teve em torno de um milhão de participantes, desses, cerca de 60 mil perderam olfato e paladar após testarem positivo para Covid-19. Em seguida, os pesquisadores compararam os participantes que perderam os sentidos por conta da Covid-19 com outros que não relataram esses sintomas.

Os pesquisadores então observaram que a perda de paladar e olfato não estava relacionada a outros sintomas específicos da doença. Dos participantes que positivaram para Covid-19, 68% perderam os sentidos. Este sintoma se apresentou em 72% dos casos em mulheres e 61% nos homens.

Asiáticos e afro-americanos tiveram mais perda sensorial

Pessoas com ascendência asiática, principalmente do leste do continente, e afro-americanos, apresentaram maior probabilidade de relatar perda de paladar e olfato em comparação com pessoas de ascendência europeia. Porém, faltam dados de referência para estabelecer se há uma relação de causalidade.

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No comparativo de dados genéticos, os pesquisadores encontraram uma posição fixa de um gene (locus) e um cromossomo associado a neurônios olfativos, chamados UGT2A1 e UGT2A2. Os genes são encontrados no tecido do nariz e têm a função de metabolizar odores específicos.

Não se sabe o porquê

O estudo não foi capaz de definir como os neurônios UGT2A1 e UGT2A2 estão envolvidos na perda de olfato e paladar, mas postulam que a perda sensorial pode ter envolvimento com o comprometimento de células infectadas pelo vírus da Covid-19.

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A perda sensorial é um dos sintomas característicos da Covid-19, porém, pouco se sabe sobre quais são suas causas. As novas descobertas abrem caminho para a investigar as diferentes formas que o vírus usa para afetar as pessoas de diferentes formas, o que pode ajudar a encontrar tratamentos mais certeiros.

Via: CTV News

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