Atletas norte-americanos vão usar celulares descartáveis nos Jogos Olímpicos de Beijing para se protegerem de software chinês

Atletas olímpicos e paralímpicos dos EUA estão sendo orientados a usar celulares descartáveis nos Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing
Ronnie Mancuzo24/01/2022 17h06
Arte remetendo ao nome dos Jogos Olímpicos de Beijing 2022
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O Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos está orientando seus atletas para que troquem seus telefones celulares por aparelhos descartáveis antes dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecem no mês que vem em Beijing. Segundo traz o Wall Street Journal, a preocupação está vinculada a um software malicioso chinês e questões de vigilância.

Os avisos teriam sido dados duas vezes no ano passado (em setembro e dezembro) recomendando aos atletas para deixarem seus telefones e laptops em casa para evitar possíveis vigilâncias durante os Jogos. “Cada dispositivo, comunicação, transação e atividade online podem ser monitorados”, afirmou o comitê. Reino Unido, Canadá e Holanda também alertaram seus atletas para não levarem seus dispositivos pessoais para o país do evento.

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Insatisfação com a segurança

Conforme traz o site Android Central, essas preocupações não são exatamente infundadas. A China é conhecida por usar a tecnologia para vigiar sua população e muitas vezes também censura as mídias sociais. Em junho de 2020, uma pesquisa da empresa de segurança cibernética móvel Lookout revelou que grupos de hackers chineses usaram malware para Android para coletar dados de minorias étnicas em todo o mundo, por exemplo.

Os líderes políticos dos Estados Unidos também não estão satisfeitos com a decisão da China de “oferecer” seus serviços de pagamento em Yuan digital aos visitantes dos Jogos Olímpicos de Inverno. O aplicativo de carteira e-CNY está disponível para download para iPhone e telefones Android nas lojas de aplicativos chinesas.

Mais recentemente, um relatório do Citizen Lab trouxe que o aplicativo móvel oficial dos Jogos Olímpicos de Inverno deste ano – chamado My 2022 – possui graves falhas de segurança. Segundo os pesquisadores, foram encontradas vulnerabilidades de SSL e criptografia, além de uma espécie de gatilho para censura de termos “indesejados”.

Alguns países, incluindo Holanda, Suécia e Suíça, também decidiram fornecer dispositivos descartáveis ​​para suas delegações. Os dispositivos serão destruídos assim que as equipes retornarem da capital chinesa.

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Ronnie Mancuzo
Redator(a)

Ronnie Mancuzo é analista de sistemas com especialização em cybercrime e cybersecurity | prevenção e investigação de crimes digitais. Faz parte do Olhar Digital desde 2020.