Com o telescópio espacial James Webb cada dia mais próximo de iniciar suas observações científicas, astrônomos estão ansiosos para testar suas habilidades. Uma delas é a capacidade de fazer análise da atmosfera de exoplanetas, o que pode nos ajudar a determinar quais deles tem condições de suportar vida.

E segundo Chris Hadfield, ex-astronauta canadense, um bom “alvo” para um teste seria Kepler-442b, localizado a 1.200 anos-luz daqui.

Descoberto em 2015, o planeta é considerado como sendo potencialmente “superhabitável“, ou seja, não só está na zona habitável de uma estrela (a região do espaço onde a temperatura é suficiente para a existência de água em estado líquido), mas também pode ter outros recursos que o tornam um bom lugar para o surgimento da vida.

Entre estes recursos estão uma estrela com o tamanho e idade corretos, especialmente se considerarmos que foram necessários 3,5 bilhões de anos para a vida surgir na Terra, e 4 bilhões até que organismos avançados como os humanos aparecessem.

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Segundo um artigo escrito na época por um grupo de astrobiólogos, “classificamos os planetas da Kepler e K2 por habitabilidade e descobrimos que vários tem valores H (a probabilidade de serem “terrestres”) maior do que a Terra”.

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“Basicamente, criamos uma maneira de pegar todos os dados observacionais disponíveis e desenvolver um esquema de priorização, de modo que, à medida que avançamos para um momento em que há centenas de alvos disponíveis, possamos dizer: ‘OK, é com esse que queremos começar’”, disse o autor principal Rory Barnes, da Universidade de Washington, à Wired em 2015.

Kepler foi um telescópio espacial lançado pela Nasa em 2009, que operou no espaço por 9 anos e descobriu 2.398 planetas cuja existência foi confirmada, de um total de 3.601 candidatos. Seus dados ainda são analisados por cientistas, que continuam a fazer novas descobertas ou refinar observações. K2 foi uma extensão da missão primária do Kepler, que operou de 2012 até 2018, quando o combustível do observatório se esgotou.

Lançado em 25 de dezembro, o Telescópio Espacial James Webb chegou a seu “lar” no espaço, o Ponto de Lagrange L2 entre a Terra e o Sol, quase um mês depois, em 24 de janeiro.

No caminho, passou por uma série de delicadas operações para desdobrar e montar o escudo térmico que o protege da radiação solar e os espelhos que direcionam a luz das estrelas para seus instrumentos. As observações científicas só devem começar em junho, após um período de cuidadosos testes e calibração.

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