Ao que tudo indica, a primeira missão do programa Artemis da Nasa, que visa levar novamente astronautas à superfície da Lua, vai atrasar novamente. Originalmente programada para fevereiro deste ano, ela havia sido adiada para “março ou abril” após uma falha ser encontrada no controlador de um dos motores do foguete, e depois para “abril ou maio” devido à grande quantidade de tarefas a serem concluídas, muitas delas associadas ao grande número de instrumentos que estão sendo instalados para medir o desempenho do veículo de lançamento, o SLS.

Em uma entevista coletiva realizada nesta quinta-feira (24) a agência espacial norte-americana reconheceu que um lançamento em abril não é mais uma possibilidade, e que mesmo uma oportunidade em maio é remota. “Continuamos avaliando a janela de maio, mas também reconhecemos que há muito trabalho pela frente”, disse Tom Whitmeyer, vice-administrador associado para desenvolvimento de sistemas de exploração na sede da NASA em Washington.

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Boa parte deste trabalho é relacionado à realização de um “ensaio molhado”, teste crucial que deve ser concluído antes de qualquer tentativa de lançamento. Nele, o foguete é levado à plataforma, preparado para lançamento e abastecido. Todo o processo segue como em uma missão real, até a contagem regressiva, porém sem o acionamento dos propulsores.

Ilustração do foguete SLS, que será usado para lançar as missões do programa Artemis
Ilustração do foguete SLS, que será usado para lançar as missões do programa Artemis. Imagem: Nasa

Pela programação atual, o SLS e a cápsula Orion devem sair do VAB (Vehicle Assembly Building, o edifício onde os foguetes são montados) no Centro Espacial Kennedy às 20h do dia 17 de março, iniciando uma jornada de 12 horas até a plataforma 39B.

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Depois, ele passará duas semanas na plataforma em preparação para o ensaio, e mais duas semanas após ele para análise inicial, antes de retornar ao VAB para análises mais detalhadas e processamento.

Com isso, as duas janelas de lançamento mais próximas são entre 7 e 21 de maio, e entre 6 e 16 de junho. Após isto, há uma entre 29 de junho e 12 de julho. As oportunidades são limitadas devido ao desempenho do foguete, necessidade de alinhamento entre a rotação da Terra e a posição da Lua e desempenho da cápsula Orion, que é movida a energia solar e não foi projetada para voar através de “eclipses” (período em que a luz solar é bloqueada pela Terra ou pela Lua) com mais de 90 minutos.

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Sem tripulação, a missão Artemis I tem duração estimada de 26 dias, durante os quais o foguete e a cápsula Orion serão avaliados em um trajetória circumlunar, ou seja, ao redor da Lua. Se tudo correr bem, a próxima etapa do programa é a Artemis II, uma missão tripulada com a mesma trajetória, mas duração de 10 dias.

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O primeiro pouso na Lua desde 1972 só deve acontecer com a Artemis III, originalmente programada para 2024 mas depois postergada para 2025. Mas a julgar pelo andamento do programa, pode ser que tenhamos que esperar um pouco mais.

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