Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, examinou dados de mais de 10.000 pessoas sobre o uso de maconha e anfetaminas aos 21 e aos 30 anos de idade. De acordo com a equipe, usuários mais velhos tinham menores taxas de sucesso pessoal.

Os pesquisadores definiram os parâmetros de sucesso pessoal com base em tópicos como educação, renda, compra de uma casa própria e felicidade autorrelatada. Segundo os pesquisadores, pessoas que usavam maconha e anfetaminas depois dos 30 anos tinham maior dificuldade em alcançar esses objetivos.

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Mas o problema é a droga?

De acordo com os pesquisadores, o uso de drogas não é necessariamente um indicativo de que a pessoa vai “se dar mal” em sua vida. Porém, para alcançar os parâmetros de sucesso estabelecidos pela equipe de pesquisa, seria necessário abandonar o uso dessas substâncias relativamente rápido.

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Os pesquisadores reforçam, porém, que o uso de maconha pode estar ligada a taxas menores de sucesso pessoal não exatamente pelo uso da droga em si, mas pelo peso social de ser usuário de substâncias. Por exemplo, pessoas que são pegas com drogas, dependendo do país, caem no sistema de justiça criminal.

Isso dá início a uma espécie de espiral auto-realizável de resultados ruins, como maior dificuldade em se colocar no mercado de trabalho, que pode gerar uma maior dificuldade em conseguir um relacionamento amoroso. Esses resultados podem levar, inclusive, a um uso mais irresponsável de substâncias.

“Comportamento antissocial e contato com o sistema de justiça criminal são os indicadores mais fortes de uso continuado de drogas, juntamente com problemas na escola e comportamento agressivo ou delinquente no início da vida”, disseram os pesquisadores em um comunicado à imprensa.

Estudo tem falhas

Na contramão de outros países, Austrália não pensa em aprovar leis sobre legalização ampla da maconha. Imagem: Poring Studio – Shutterstock

Diferente de países como os Estados Unidos e o Canadá, a Austrália tem sido uma exceção em relação à legalização da maconha. Isso pode ter causado uma contaminação nos dados e nas conclusões alcançadas por Jake Najman e sua equipe de pesquisa da Universidade de Queensland.

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Além disso, o estudo tem alguns furos, como se a maconha e as anfetaminas eram a única droga de preferência dos voluntários ou se eles se envolviam com outras drogas, como opiáceos ou drogas sintéticas. Esta questão, inclusive, foi abordada pelos pesquisadores.

“Um subconjunto daqueles que usam cannabis e anfetaminas também pode estar usando uma série de outras drogas e pode ser que nossas descobertas refletem o uso de polidrogas em geral, em vez do uso específico de maconha e anfetaminas”, disseram os pesquisadores.

Via: Futurism

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