Um recente estudo publicado na revista Obesity diz que aumentar a proteína na dieta pode ser útil para pessoas que buscam perder peso de forma sadia. Especificamente, essa intervenção pode afetar as escolhas alimentares e reduzir a perda de massa corporal magra.

Proteínas são nutrientes que permitem ao nosso organismo funcionar adequadamente, ajudando o corpo a manter sua estrutura. Além disso, elas controlam nossas funções corporais e das nossas células. Nós podemos obter proteínas de alimentos como carne, laticínios, alguns vegetais e grãos.

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Uma mudança na ingestão de proteínas

No estudo realizado, os pesquisadores procuraram examinar como “a mudança na ingestão de proteínas auto-selecionadas durante a restrição calórica (RC) altera a qualidade da dieta e a massa corporal magra (MCM)”. MCM tem a ver com a massa do corpo que não é composta de tecido adiposo ou gordura corporal. Parte dela é composta pelos músculos, ou massa muscular.

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A pesquisa usou dados agrupados de vários estudos e incluiu participantes que atendiam a critérios de elegibilidade específicos. Foram avaliados 207 adultos com sobrepeso ou obesos e mais de seis meses de dietas que restringiam a ingestão de calorias.

Houve então uma intervenção de perda de peso com duração de seis a doze meses, com todos os participantes passando por sessões semanais de aconselhamento durante as primeiras oito semanas e visitas de acompanhamento com um nutricionista registrado. A composição corporal foi avaliada por meio de absorciometria de raios-X de dupla energia e ingestão alimentar.

Menor perda de massa magra

Com base nos dados de ingestão, os participantes foram divididos em dois grupos: menor e maior ingestão de proteína. Então, os pesquisadores descobriram que a quantidade de perda de peso foi semelhante para ambos os grupos – porém, houve menor perda de massa magra no grupo de alta ingestão de proteínas.

E não só isso. As pessoas do grupo de alta proteína fizeram escolhas alimentares mais saudáveis, como aumento da ingestão de vegetais verdes e diminuição do consumo de grãos refinados e açúcar adicionado.

Homem medindo a barriga
Imagem: Jarmoluk/Pixabay/CC

Considerações importantes no estudo

Algumas limitações foram notadas no estudo. Por exemplo, os participantes auto-relataram sua ingestão alimentar, portanto, existe a possibilidade de erros na coleta de dados, mesmo que pequena. Além disso, o tipo de proteína também pode afetar os benefícios. Neste estudo, grande parte das proteínas consumidas pelos participantes eram de carne magra ou fontes vegetais.

Outra observação do estudo é que foram incluídas nos grupos principalmente participantes brancas do sexo feminino, em uma localização específica, o que não permite uma generalização dos resultados obtidos. E como os métodos que os pesquisadores usaram para medir a massa corporal magra não diferenciaram entre massa de órgãos e massa de músculos, não é possível supor que a perda de massa corporal magra no grupo de proteína mais baixa foi apenas pela perda muscular.

“Progredimos na compreensão dos aspectos da qualidade e digestibilidade da proteína, mas precisamos entender melhor como preservar a massa magra quando restringimos a energia para fins de perda de peso”, diz a Dra. Anastasia Kalea, da Divisão de Medicina da University College London, que não esteve envolvida no estudo.

Para ela, é necessário saber se uma combinação de diferentes fontes de proteína dentro de um padrão alimentar afeta a massa magra “e como personalizar nossas intervenções e definir com eficiência a ingestão suficiente para cada indivíduo”.

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Imagem: Myriams-Fotos /Pixabay/CC

Via Medical News Today