Uma animação feita com dados obtidos pela sonda Juno exibe as alturas relativas dos topos das nuvens de Júpiter, revelando redemoinhos e picos delicadamente texturizados que se assemelham à cobertura de cupcakes. 

As imagens foram captadas pela sonda Juno, que investiga Júpiter desde 2016. Imagem: Merlin74 – Shutterstock

Os resultados foram apresentados na quarta-feira (21) no Europlanet Science Congress (EPSC) 2022, em Granada, na Espanha, pelo cientista cidadão Gerald Eichstädt, que é matemático profissional e desenvolvedor de software.

A animação usa dados do instrumento JunoCam, a câmera de luz visível a bordo da espaçonave da NASA que orbita Júpiter desde 2016.

“A missão Juno nos dá a oportunidade de observar Júpiter de uma maneira que é inacessível por observações telescópicas baseadas na Terra. Podemos olhar para as mesmas características de nuvens de ângulos muito diferentes em apenas alguns minutos”, disse Eichstätd. “Isso abriu uma nova oportunidade para derivar modelos de elevação 3D dos topos de nuvens de Júpiter. As imagens das maravilhosas tempestades caóticas em Júpiter parecem ganhar vida, mostrando nuvens em diferentes altitudes”.

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Ao observar as diferentes maneiras pelas quais a luz solar é refletida e espalhada pela atmosfera, a equipe conseguiu identificar a elevação dos topos de nuvens. 

Segundo o estudo de Eichstätd, a iluminação solar é mais intensa para nuvens na atmosfera superior do planeta. Quanto mais fundo, mais luz é absorvida — particularmente por metano.

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Eichstätd acredita que entender as alturas relativas dos pilares espetados dentro dos redemoinhos pode ajudar os cientistas a desvendar com mais detalhes sua composição. “Com base nos modelos teóricos, espera-se que as nuvens sejam compostas de diferentes espécies químicas, amônia, amoníaco e gelo de água de cima a baixo”, disse ele. “Assim que calibrarmos nossos dados com outras medições dos mesmos topos de nuvem, testaremos e refinaremos as previsões teóricas, obtendo uma imagem 3D melhor da composição química”.

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