Em geral, a melhor época do ano para se observar um planeta é durante sua oposição, que é quando ele está do lado oposto do Sol em relação à Terra (que fica entre os dois corpos celestes). Isso vai acontecer com Júpiter neste domingo (25), e com um detalhe muito especial: esta será a maior aproximação entre o gigante gasoso e o nosso planeta no século 21!

Júpiter estará do lado oposto do Sol em relação à Terra no próximo domingo (25), momento em que ficará à menor distância do nosso planeta dos últimos 59 anos. Imagem: Starwalk Space

Na ocasião, Júpiter vai estar a “somente” 590,3 milhões de km daqui. Ou seja, se em condições normais, ele já é uma das maiores atrações do céu, com um brilho três vezes superior à estrela mais brilhante do firmamento, Sirius, a visão nesse dia tem tudo para ser ainda mais incrível.

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A face visível do planeta estará completamente iluminada pelo Sol, brilhando em uma magnitude de cerca de -3 (para efeito de comparação, Vênus brilha a -5 e a lua cheia a -13). 

Dessa forma, Júpiter aparecerá maior e mais brilhante do que em qualquer outro momento dos últimos 59 anos, já que a última vez que esteve tão perto do nosso planeta foi em outubro de 1963.

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O gigante estará visível logo após o pôr do Sol do dia 25 (por volta das 19h, pelo horário de Brasília) até o amanhecer do dia 26, percorrendo o céu de leste a oeste. A olho nu, o planeta parece uma grande estrela de brilho fixo amarelo. 

Um aplicativo de astronomia, como Skywalk, Starchart, Sky Safari ou Stellarium, pode ajudar a saber o local exato. Com essa aproximação máxima, Júpiter estará no melhor momento para ser fotografado, podendo revelar detalhes como as faixas de nuvens coloridas e as quatro maiores de suas 79 luas (Io, Europa, Ganimedes e Calisto).

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Recomenda-se encontrar um local com maior elevação, céu escuro e tempo seco, melhorando a visibilidade do planeta.

“As vistas devem ser ótimas por alguns dias antes e depois de 26 de setembro”, disse Adam Kobelski, astrofísico de pesquisa do Centro de Voos Espaciais Marshall, da NASA, em comunicado da agência. 

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Os planetas do Sistema Solar orbitam o Sol em círculos achatados (elipses), e não em círculos perfeitos, então a Terra e Júpiter cruzam o caminho um do outro a distâncias variadas. Enquanto a Terra leva cerca de 365 dias para orbitar a nossa estrela, Júpiter toma uma rota mais tranquila, completando uma órbita a cada 4.333 dias (ou 12 anos) terrestres.

Grande Mancha Vermelha de Júpiter pode ser observada em mais detalhes

Segundo Kobelski, os astrônomos que usarem um telescópio maior e mais poderoso devem ser capazes de observar a Grande Mancha Vermelha de Júpiter, uma tempestade que vem se espalhando pela atmosfera do planeta há pelo menos dois séculos.

A Grande Mancha Vermelha de Júpiter poderá ser observada com o máximo de detalhes possível. Imagem: NASA, ESA, A. Simon (Goddard Space Flight Center) e MH Wong (University of California, Berkeley)

Com cerca de 16 mil km de diâmetro, acredita-se que a Grande Mancha Vermelha seja a maior tempestade do Sistema Solar. Nela, ventos sopram violentamente entre 430 km/h e 685 km/h. 

Observações recentes feitas pela sonda Juno, da NASA, apontaram que a tempestade também tem uma profundidade surpreendente: pode chegar a 500 km, o suficiente para ir do ponto mais fundo no oceano da Terra até a Estação Espacial Internacional (ISS).

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