Nesta quinta-feira (28), a multinacional sueca de energia Vattenfall anunciou que realizou com sucesso pesquisas em larga escala no fundo do mar usando barcos robóticos não tripulados em vários de seus parques eólicos offshore na Dinamarca, Suécia e Reino Unido.

Moinhos de vento de um parque eólico offshore na Dinamarca. Imagem: dragancfm – Shutterstock

Em resumo:

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  • Embarcações não tripuladas controladas por um operador em terra inspecionam o fundo do mar em parques eólicos offshore;
  • Os barcos de pesquisa reduzem consideravelmente o consumo de combustível, em comparação com os navios tripulados convencionais, em alguns dos casos até 90%;
  • Eliminar a tripulação de um ambiente offshore oferece menos riscos de saúde e maior segurança;
  • Barcos robóticos não tripulados foram usados para pesquisas do fundo do mar nos parques eólicos na Dinamarca, Suécia e Reino Unido.

A energia eólica offshore é a fonte de energia limpa e renovável que se obtém aproveitando a força do vento que sopra em alto-mar, onde ele alcança uma velocidade maior e mais constante devido à inexistência de barreiras.

Parques eólicos offshore necessitam de inspeções periódicas

Segundo a Vattenfall, os operadores de parques eólicos offshore precisam inspecionar periodicamente o fundo do mar ao redor das fundações das turbinas e das proteções das pernas da subestação para monitorar as mudanças na profundidade do enterro do cabo e no desenvolvimento da escavação, que é definida como a “remoção de sedimentos, como lodo e areia, que pode resultar na formação de buracos de limpeza e comprometer a integridade da estrutura”.

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Ainda de acordo com a empresa, o monitoramento do fundo do mar também é necessário para o reparo e a manutenção realizados por embarcações elevatórias, pois suas pernas precisam de estabilidade para garantir a elevação segura para fora da água.

“Quando lançamos a chamada para selecionar um empreiteiro para os levantamentos dos fundos marinhos nos nossos parques eólicos dinamarqueses, recebemos uma proposta interessante utilizando navios não tripulados”, explicou Rasmus Juncher, geofísico líder sênior da Vattenfall, em um comunicado. “Tendo observado sua implantação em testes de pequena escala em outros lugares, estávamos curiosos para entender o quão bem-sucedida seria sua implantação em uma escala maior”.

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Segundo Juncher, essa tecnologia consome muito menos combustível do que uma embarcação de pesquisa tradicional e, “como a embarcação é controlada a partir de um centro de operações em terra, em vez de ter uma tripulação a bordo, o pessoal não está exposto aos mesmos desafios que o trabalho offshore, melhorando assim a segurança e o bem-estar”.

Barco robótico da empresa XOCEAN, selecionada pela Vattenfall para inspecionar o fundo do mar em seus parques eólicos offshore. Imagem: XOCEAN

A empresa de coleta de dados oceânicos XOCEAN, da Irlanda, foi a selecionada para conduzir as pesquisas com barcos robóticos nos parques eólicos offshore de Vattenfall. 

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Essas análises ocorreram entre os meses de agosto e outubro deste ano, e a Vattenfall planeja expandir o uso de seus navios de superfície não tripulados – USVs – em operações futuras.

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A empresa explica que os barcos robóticos são controlados e monitorados remotamente através de uma conexão de internet via satélite por uma equipe de pilotos em terra.

Com 4,5 metros de comprimento, esses veículos são significativamente menores do que os barcos tripulados. A XOCEAN diz que a pegada de carbono de seus barcos robóticos é “mil vezes menor do que a de embarcações de pesquisa tripuladas”.

“Este é o primeiro passo de muitos que usam embarcações não tripuladas, apoiando os objetivos de um futuro livre de fósseis”, disse Juncher. “Queremos buscar mais oportunidades para apoiar outras funcionalidades das embarcações não tripuladas, por exemplo, para inspeções visuais de nossos ativos acima e abaixo da água e investigações no local em uma escala mais ampla para apoiar o projeto do parque eólico”.

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