Nesta quinta-feira (2), a missão Galactic 05 será lançada para um “bate e volta” ao espaço. Trata-se do quinto voo suborbital comercial da Virgin Galactic – empresa aeroespacial do bilionário britânico Richard Branson

Enquanto o primeiro voo da empresa contratado por terceiros teve caráter científico e os três seguintes foram turísticos, desta vez haverá um misto entre os dois objetivos.

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Vamos entender:

  • No fim de junho, a Virgin Galactic lançou a missão Galactic 01, seu primeiro voo comercial (ou seja, contratado por terceiros) – pago pelo governo italiano;
  • A tripulação contava com três membros da Força Aérea Italiana e do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, que levaram 13 experimentos científicos para serem conduzidos durante o voo;
  • Pelo caráter científico da missão, ela não foi considerada turística;
  • Dessa forma, o título de primeiro voo turístico oficial da Virgin Galactic é da missão Galactic 02, que aconteceu em 10 de agosto;
  • A empresa anunciou que, a partir de então, lançaria um voo espacial comercial por mês, com a missão Galactic 03 decolando em 8 de setembro, seguida da Galactic 04, em 6 de outubro;
  • Já o voo de novembro, planejado para esta semana, vai misturar ciência e lazer, com dois pesquisadores norte-americanos a bordo (que vão aproveitar a oportunidade para conduzir experimentos em microgravidade) e um turista espacial franco-italiano.

Segundo um comunicado da Virgin Galactic, o cientista planetário Alan Stern, investigador principal da missão New Horizons, da NASA (cujo foco é Plutão), é um dos passageiros. Com o distintivo de astronauta 20 da empresa, ele é patrocinado pelo Instituto de Pesquisa do Sudoeste (SwRI). 

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O cientista planetário Alan Stern, investigador principal da missão New Horizons, da NASA, é um dos tripulantes da missão Galactic 05. Crédito: Reprodução Twitter

Durante o voo, Stern usará um cinto biomédico para coletar dados fisiológicos relacionados ao voo espacial humano além de “conduzir atividades práticas para um experimento astronômico da agência espacial norte-americana”.  

Kellie Gerardi, comunicadora científica atuante no TikTok e pesquisadora de bioastronáutica do Instituto Internacional de Ciências Astronáuticas (IIAS), que patrocina seu assento, será a astronauta 21. Ela será responsável por três experimentos de carga útil focados em dinâmica de fluidos, biometria humana e monitoramento de glicose. Além disso, vai avaliar a experiência a fim de aprimorar a ciência e os protocolos operacionais para futuros voos espaciais de pesquisa e programas de treinamento do IIAS. 

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Kellie Gerardi, comunicadora científica e pesquisadora de bioastronáutica, se tornará a astronauta 21 da Virgin Galactic, como membro da missão Galactic 05. Crédito: Reprodução Twitter

O astronauta 22, que vai voar a turismo, ainda não teve sua identidade revelada, mas, ao que tudo indica, é muito provável que seja um dos chamados “astronautas fundadores” da Virgin Galactic – um reconhecimento da empresa aos primeiros clientes pagantes, que adquiriram seus ingressos em 2005.

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Como são os voos ao espaço da Virgin Galactic

Em todos os voos tripulados da Virgin Galactic, a empresa usa um avião espacial chamado de VSS Unity, que é transportado até certa altitude pelo porta-aviões VMS Eve. Depois, os motores do Unity são acionados, e ele se desacopla para continuar o voo.

Assim como os anteriores e os que virão, este será um voo suborbital, o que significa que não atinge velocidade suficiente para alcançar a órbita da Terra. Assim, o veículo sobe até determinado ponto e depois volta ao solo, não circundando o planeta. Mesmo assim, por alguns instantes, os passageiros experimentam a sensação de gravidade zero.

Os voos da Virgin Galactic costumam atingir cerca de 85 km de altitude, o que gera uma dúvida: os passageiros vivem realmente uma experiência espacial? Isso porque dados oficiais divergem quanto ao ponto exato que estabelece o limite entre a atmosfera da Terra e o espaço sideral.

Pelos padrões da NASA, da Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) e das Forças Armadas do país, essa fronteira está 80 km acima da superfície da Terra. No entanto, um outro marco, a 100 km de altitude, conhecido como Linha de Kármán, é o estabelecido pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI). 

A empresa sempre seleciona um astronauta funcionário para acompanhar os passageiros como instrutor a bordo do VSS Unity, que é conduzido por dois pilotos. Outros dois pilotam o porta-aviões VMS EVE. Por enquanto, ainda não foram divulgados os nomes dessas cinco pessoas.