Lua faz conjunção com Vênus e provoca “eclipse” do planeta

Embora o “eclipse” de Vênus pela Lua não possa ser visto do Brasil, ainda podemos testemunhar a conjunção astronômica entre os dois corpos
Flavia Correia08/11/2023 08h05
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Ocultação lunar de Vênus registrada em 2020. Crédito: Javier de Elias Cantalapiedra - YouTube
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No início do ano, o Olhar Digital noticiou um “eclipse” de Marte, que, naquela ocasião, pôde ser visto por alguns observadores posicionados no norte do Brasil. Na manhã desta quinta-feira (9), quem vai passar pelo mesmo fenômeno – que, na verdade, se chama ocultação lunar – será Vênus. 

Todos os horários aqui mencionados têm como referência o fuso de Brasília.

De acordo com o site In-The-Sky.org, o evento poderá ser observado por mais de três horas, a partir das 6h da manhã, apenas de alguns pontos específicos do globo, como a Groenlândia, parte da Europa, norte da África e uma pequena fração da Ásia.

Embora o “eclipse” de Vênus pela Lua não possa ser visto do nosso país, ainda podemos testemunhar a conjunção astronômica entre os dois corpos, que acontece às 6h30, e, cerca de uma hora e meia mais tarde, o appulse – termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomia Starwalk Space

O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois astros, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no instante em que eles compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).

Configuração do céu no momento da conjunção entre a Lua e Júpiter nesta segunda-feira (2). Crédito: SolarSystemScope

De São Paulo, por exemplo, o par estará visível das 2h56 às 14h58. A Lua estará em magnitude de -10,5; e a de Vênus será de -4.3, com ambos na constelação de Virgem. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

A dupla não estará próxima o bastante para caber dentro do campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou com um par de binóculos.

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Ocultação lunar de Vênus

Ocultações lunares só são visíveis de uma pequena fração da superfície da Terra. Como a Lua está muito mais perto do nosso planeta do que outros objetos celestes, sua posição no céu difere dependendo da localização exata do observador devido à sua grande paralaxe (diferença na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento). 

A posição da Lua vista de dois pontos em lados opostos da Terra pode variar em até dois graus, ou quatro vezes o diâmetro da lua cheia.

Isso significa que se a Lua estiver alinhada para passar na frente de um objeto específico para um observador posicionado em um lado da Terra, ela aparecerá até dois graus de distância desse objeto do outro lado do globo.

Mapa mostra as regiões do planeta de onde será possível observar a ocultação lunar de Vênus nesta quinta-feira (9). Crédito: In-The-Sky.org

No mapa acima, contornos distintos mostram onde o desaparecimento de Vênus é visível (em vermelho) e onde será possível testemunhar seu reaparecimento (em azul). Os riscos sólidos exibem onde a ocultação provavelmente será visível através de binóculos a uma altitude razoável no céu. Os contornos pontilhados, por sua vez, indicam onde o evento ocorre acima do horizonte, mas pode não ser visível devido ao céu estar muito claro ou a Lua muito perto do horizonte.

Fora dos contornos, a Lua não passa na frente de Vênus em nenhum momento, ou está abaixo do horizonte no momento da ocultação.

Flavia Correia
Redator(a)

Jornalista formada pela Unitau (Taubaté-SP), com Especialização em Gramática. Já foi assessora parlamentar, agente de licitações e freelancer da revista Veja e do antigo site OiLondres, na Inglaterra.