Mercúrio é um dos planetas mais difíceis de se observar no Sistema Solar, principalmente devido ao seu tamanho pequeno e à proximidade com o Sol.

De fato, há períodos em que ele realmente nem aparece no céu noturno – quando está passando pela chamada conjunção solar, como aconteceu no fim do mês passado, conforme noticiado pelo Olhar Digital.

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Configuração do céu no primeiro dia de longas semanas em que Mercúrio esteve imerso no brilho do Sol. Crédito: SolarSystemScope

Vamos entender:

  • No dia 28 de fevereiro, aconteceu a conjunção solar superior de Mercúrio;
  • Na ocasião, o planeta estava do lado oposto do Sol em relação à Terra, a 57,236 milhões de km de distância do astro;
  • Devido a esse movimento, Mercúrio se tornou inobservável por algumas semanas, enquanto esteve imerso na luminosidade solar;
  • Essa fase marca o “desaparecimento” do planeta no céu noturno e sua transição para se tornar um objeto vespertino.

De acordo com o guia de observação astronômica In-The-Sky.org, isso acontece uma vez em cada ciclo sinódico do planeta, o período necessário para um corpo planetário chegar à mesma posição relativa ao Sol, quando observado a partir da Terra – que no caso de Mercúrio é de 116 dias.

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Segundo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) e colunista do Olhar Digital, Mercúrio retorna à paisagem celeste esta semana, aparecendo no horizonte oeste no início das noites.

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Peregrinação de Mercúrio até desaparecer de novo do céu

Após voltar a fazer parte aos poucos da paisagem celeste, Mercúrio passará por alguns marcos importantes. Na próxima sexta-feira (22), o planeta atinge o ponto mais alto do céu noturno.

Atualmente, Mercúrio é visível cerca de 45 minutos após o pôr do Sol, muito próximo do horizonte a oeste. Ele aparece como uma “estrela” muito brilhante reluzindo um tom amarelo-alaranjado. No momento, o planeta está em uma magnitude de -1,3, o que o coloca em quarto lugar entre os corpos mais brilhantes do céu, atrás de Vênus, Júpiter e da estrela Sirius.

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Na noite em que alcança o ponto mais alto no céu noturno, Mercúrio estará ainda assim muito baixo no horizonte. Crédito: Stellarium Web

Nas noites seguintes, o brilho diminuirá, conforme o planeta chega ao seu maior alongamento (19 graus a leste do Sol), em 24 de março. Brilhando na magnitude -0,1 (igual à estrela Arcturus, na constelação de Boötes), Mercúrio aparecerá 22 graus abaixo e à direita de Júpiter. Mercúrio também estará se pondo mais de 90 minutos após o Sol. 

A janela para ver Mercúrio está se fechando rapidamente. Até o final de março, seu brilho diminuirá consideravelmente, tornando-o menos visível. Então, no dia 11 de abril, ele estará de novo em conjunção solar, voltando a ser ofuscado pelo brilho do astro por algumas semanas e reiniciando o ciclo.