Se existisse uma Olimpíadas das Criptomoedas, os bitcoins seriam verdadeiros papa-títulos. Só em 2021, a moeda digital — que atualmente vale R$ 323 mil cada — quebrou diversos recordes: valores inéditos alcançados, receita de mineração recorde, aumento de carteiras com mais de 1 mil unidades da criptomoeda, entre outros. O problema é que essa expansão também provocou um aumento considerável de fraudes e golpes onlines.

De acordo com o Whale Alert, serviço que rastreia grandes transações de criptomoedas, os cibercriminosos estão obtendo valores inéditos neste ano. Inclusive, esse é um dos motivos para que a empresa estime que o número de vítimas por golpes envolvendo o bitcoin seja muito maior em 2021 do que nos anos anteriores.

No ano passado, por exemplo, foram registradas cerca de 10,5 mil vítimas de fraudes envolvendo a criptomoeda. No entanto, estima-se que 5,6 mil pessoas caíram em golpes semelhantes apenas nos três primeiros meses deste ano.

O curioso é que os golpes aparentam usar a mesma técnica dos crimes antigos. Ainda assim, o motivo para o “boom” nas fraudes de bitcoins segue como incógnita. “Não temos nenhum dado para explicar, mas pode estar relacionado à ampliação do mercado de bitcoin”, afirmou Frank van Weert, fundador do Whale Alert.

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Ilustração de uma invasão hacker mirando bitcoins
Crescimento do mercado de bitcoins pode ter provocado aumento de golpes envolvendo a criptomoeda. Foto: TY Lim/Shutterstock

Uma das vítimas recentes foi um profissional de marketing da Alemanha, que chegou a perder o equivalente a R$ 3 milhões em bitcoins. A vítima viu um suposto post de Elon Musk no Twitter que prometia dobrar os investimentos com a criptomoeda. Mesmo desconfiado da proposta, ele enviou cerca de 10 bitcoins para conta e aguardou o retorno.

Ledo engano. Na verdade, o tuíte era de uma conta falsa e foi usada por golpistas para arrecadar grandes montantes em bitcoins. Quando percebeu o erro, já era tarde demais. Isso porque o site golpista ignorou os e-mails enviados pela vítima e sacou, dias depois, toda a quantia enviada pelo alemão.

“Enfiei minha cabeça nas almofadas do sofá. Meu coração estava batendo muito forte. Percebi que tinha acabado de jogar fora algo que faria toda diferença para minha família, meu fundo de aposentadoria, todas as próximas férias com meus filhos”, contou a vítima.

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Como proteger seus bitcoins

O caso da vítima alemã é apenas mais um dentre os milhares que acontecem no mundo todo. Para piorar, a própria Whale Alert afirmou que nenhuma medida para impedir os golpes foi tomada pelos órgãos responsáveis.

Por esse motivo, é essencial que o investidor tome alguns cuidados, mesmo que por conta própria, para proteger sua fortuna em bitcoins. Abaixo, cinco dicas simples para aumentar a proteção de suas criptomoedas e minimizar os riscos contra possíveis ataques.

1 – Use um e-mail exclusivo

Ilustração de um e-mail
E-mail alternativo é importante para não vincular transações das criptomoedas com dados pessoais. Foto: geralt/Pixabay

É importante utilizar um endereço eletrônico exclusivo para transações envolvendo criptomoedas. Isso permite uma segurança extra em caso de ataques, já que não vincula a conta com o e-mail pessoal da vítima.

2 – Distribua os bitcoins

Outra dica válida é distribuir os bitcoins e guardar pequenas quantias em diferentes carteiras digitais. A ação pode ser crucial para minimizar as perdas em caso de invasão. No entanto, é importante que o investidor selecione empresas confiáveis e já estabelecidas no mercado.

3 – Faça backups regulares de sua carteira

Fazer backups semanais de sua wallet pode evitar problemas derivados de falhas humanas ou de computadores. Também é recomendável encriptar a carteira, o que permite a recuperação da conta mesmo se o celular for roubado ou se seu computador quebrar.

4 – Mantenha o software atualizado

Programa sendo atualizado
Versões atualizadas de softwares de criptomoedas podem evitar bugs e falhas de segurança passadas. Foto: AFANASEV IVAN/Shutterstock

Os softwares recebem constantes atualizações, capazes de corrigir bugs e tornar o programa mais seguro. Bem como qualquer outro programa instalado no computador ou celular, usar a última versão da ferramenta pode te livrar de uma série de enrascadas.

5 – Evite compartilhar informações

É comum que investidores de criptomoedas acessem grupos privados ou fóruns especializados para tirar dúvidas ou compartilhar experiências. No entanto, é essencial que nenhuma informação específica sobre suas transações sejam divulgadas. Afinal de contas, nunca se sabe quem está do outro lado da tela, não é mesmo?

Fonte: G1/Bitcoin.org