Pela primeira vez, astrônomos conseguiram observar a silhueta de uma estrela sendo ‘espaguetificada’ enquanto é sugada por um buraco negro. A visualização acontece após décadas enxergando apenas as explosões de radiação eletromagnética proveniente de buracos negros, quando presumiam que esse era o resultado de estrelas sendo dilaceradas.

Mas os cientistas nunca conseguiam ver a silhueta real. Giacomo Cannizzaro e Peter Jonker, do Instituto de Pesquisa Espacial da Holanda (SRON) e da Universidade de Radboud, junto a outros cientistas, finalmente foram capazes de observar as linhas de absorção espectrais causadas por fios de uma estrela ‘espaguetificada’.

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O grupo de astrônomos observou as linhas de absorção espectral ao olhar para o polo rotacional do buraco negro. Ali, enxergou-se um fio de material enrolado várias vezes ao redor do buraco negro como uma bola de lã, disseram os cientistas. É justamente isso que os cientistas acreditam ser a estrela rasgada que orbita ao redor do buraco negro, antes de desaparecer na imensidão interna.

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“As linhas de absorção são estreitas. Elas não são ampliadas pelo efeito Doppler, como você esperaria quando estivesse olhando para um disco em rotação”, disse Cannizzaro, principal autor do artigo. O disco citado pelo astrônomo é feito de matéria que ainda não foi engolida, agregada ao redor do equador dos buracos negros.

Os pesquisadores acrescentaram ainda que sabiam que estavam de frente para o polo do buraco negro porque podiam detectar raios X. “O disco de acreção é a única parte de um sistema de buraco negro que emite esse tipo de radiação. Se estivéssemos olhando de lado, não veríamos os raios X do disco de acreção”, diz o comunicado dos cientistas.

O centro da maioria das galáxias esconde um buraco negro supermassivo. Imagem: Reprodução

Essas estrelas ‘espaguetificadas’, geralmente, estão bem perto das regiões internas das galáxias e correm o risco de serem dilaceradas em filamentos finos pelo buraco negro supermassivo, que se esconde no centro da maioria das galáxias. A gravidade extrema dos buracos as puxam com muito mais força de um lado do que de outro, estilhaçando-as.

O fenômeno é chamado pelos astrônomos de ‘espaguetificação’, em um nome mais popular, ou evento de perturbação de marés, termo oficial usado nas publicações científicas.

O artigo relatando a observação foi publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Via: Space / SRON

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