Em apoio aos objetivos de promoção de igualdade de gênero no mundo todo, a Fundação Bill e Melinda Gates anunciou um compromisso de US$ 2,1 bilhões. O montante será investido ao longo dos próximos cinco anos e terá como foco auxiliar nos suportes econômicos, de saúde e corporativos às mulheres.

O compromisso anunciado alinha-se aos objetivos defendidos no Fórum Geração Igualdade 2021 — que se encerra nesta sexta-feira (2) —, evento convocado pela ONU Mulheres e copatrocinado pelos governos do México e França.

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“O mundo luta pela igualdade de gênero há décadas, mas o progresso tem sido lento. Agora é a chance de reacender um movimento e proporcionar uma mudança real”, afirmou Melinda French Gates, copresidente da instituição filantrópica. 

“A beleza de nossa luta pela igualdade de gênero é que cada ser humano vai ganhar com isso. Devemos aproveitar este momento para construir um futuro melhor e mais igualitário”, completou.

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Fachada da instituição Bill e Melinda Gates
Igualdade de gênero é um dos objetivos defendidos há mais de 20 anos pela instituição dos Gates. Foto: FocusFantastic/Shutterstock

Dos US$ 2,1 bilhões anunciados, US$ 650 milhões serão destinados ao empoderamento econômico das mulheres, com o fortalecimento de economias de cuidado, otimização da inclusão financeira das mulheres e redução de barreiras ao trabalho remunerado.

Cerca de US$ 1,4 bilhão terão como foco o planejamento familiar e de saúde das mulheres, por meio de apoios a rede de parceiros do setor e aumento de opções de acesso a anticoncepcionais. Os outros US$ 100 milhões deverão impulsionar a inclusão feminina em cargos de liderança, principalmente nas áreas de saúde, direito e economia.

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Avanço desacelerado

Embora os esforços para a igualdade de gênero tenham aumentado nos últimos 25 anos, a situação ainda é crítica: ainda existem ondas de oposição aos direitos femininos e diversas barreiras estruturais que agravam a situação de desigualdade.

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Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho, o desemprego feminino aumentou nove milhões em 2020 e deve crescer mais 2 milhões em 2021. Em contrapartida, é esperado que o desemprego para os homens diminua neste ano.

No Brasil, um levantamento do ACI Institute, em parceria com a KPMG Brasil, constatou que 54% das companhias brasileiras listadas na B3, a bolsa de valores daqui, possuem ao menos uma mulher em seus conselhos de administração. Mesmo que o dado represente algo positivo rumo a uma maior igualdade de gênero no mundo corporativo, apenas 11% desses cargos são ocupados por mulheres.

O avanço é notório, mas existem muitos desafios pela frente. E falando de futuro, quem decidir investir na igualdade de gênero pode se dar bem: dados do Eurasia Group apontam que o oferecimento de creches para mulheres do mundo todo podem gerar um PIB global extra de US$ 3 trilhões por ano. Um reforço e tanto para uma recuperação econômica global.

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