A pandemia da Covid-19 é certamente a maior crise sanitária da nossa geração, porém, existiram epidemias tão graves quanto ela no passado. Uma delas é a da chamada Gripe Espanhola, que ocorreu em meados de 1918, durante a Primeira Guerra Mundial.

Porém, mesmo com os avanços da medicina em mais de um século e o desenvolvimento de uma vacina em menos de um ano, a Covid-19 matou mais pessoas que a Gripe Espanhola nos Estados Unidos. Ao todo, a pandemia ceifou mais de 675.000 vidas em solo estadunidense em 18 meses.

Este número supera a estimativa de mortos no início do século XX. Porém, isso é algo relativamente esperado por especialistas, como o epidemiologista e professor da Escola de Saúde Pública de Harvard, Stephen Kissler.

Segundo ele, alguns dos erros que foram cometidos em 1918, foram repetidos em 2020. Entre esses erros, estão o abandono de medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras, e a falsa sensação de segurança entre pessoas jovens e sem comorbidades.

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Número é proporcionalmente menor

Apesar de o número absoluto de mortes da Covid-19 ter ultrapassado a quantidade de óbitos da Gripe Espanhola, proporcionalmente, a pandemia do século XX foi mais letal. Nos Estados Unidos, por exemplo, hoje, a população é três vezes maior do que há cerca de 100 anos.

Contudo, as primeiras vacinas contra a Covid-19 surgiram já em 2020 e estavam amplamente disponíveis em solo estadunidense já em 2021. Com a Gripe Espanhola foi diferente, ali, foi alcançada a “imunidade de rebanho”, mas a um custo de cerca de 50 milhões de vidas ao redor do mundo.

A Covid-19 matou, até o momento, matou cerca de 4,5 milhões de pessoas, com as mais de 675.000 vítimas fatais nos EUA, o país é o que mais perdeu pessoas para a doença. Porém, parte dessas mortes, principalmente as mais recentes, era evitável.

Doença que tem vacina

As vacinas da Covid-19 começaram a ser distribuídas nos EUA em meados de dezembro do ano passado, em um momento que haviam morrido cerca de 300.000 pessoas. Ou seja, mais de 50% dos estadunidenses vítimas da Covid-19 morreram de uma doença que já tinha vacina.

Atualmente, estima-se que 36% dos cidadãos elegíveis para se vacinar nos Estados Unidos, não se imunizaram por opção própria. Este dado, em conjunto com a ascensão da variante Delta no país, permitiu um aumento no número de casos e mortes entre os não vacinados.

Parte deste baixo índice de vacinação se dá por conta da onda de desinformação em cima das vacinas. Com o advento da internet, o acesso à informação se tornou muito mais simples. Porém, a desinformação também passou a correr em uma velocidade muito maior do que nos meios analógicos.

Papel da desinformação

Homem resistindo a vacina
Onda de desinformação tem feito com que muita gente se negue a tomar suas vacinas contra a Covid-19. Crédito: Shutterstock

Porém, um fenômeno dificulta o trabalho dos cientistas, a desinformação corre muito mais rápido do que os desmentidos nas redes sociais. Isso faz com que muitas pessoas acabem recebendo informações incorretas e não tendo acesso ao esclarecimento depois.

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Com a diminuição da cobertura florestal do planeta, o contato de animais selvagens com humanos tende a ser maior em futuro próximo. Isso pode ocasionar o surgimento de novas epidemias e pandemias tão sérias quanto as que nós já experimentamos.

Por isso, é importante pegar as lições deixadas tanto pela Covid-19 quanto pela Gripe Espanhola há mais de 100 anos para que a humanidade não repita os mesmos erros que cometeu com um século de diferença entre uma pandemia e outra.

Via: CNN

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