Conforme noticiado pelo Olhar Digital na última semana, após conseguir sua sexta coleta de rochas marcianas no fim de dezembro, o rover Perseverance, da Nasa, está com um problema: pequenos grãos de areia e pedregulhos estão obstruindo seu sistema de coleta de amostras.
De acordo com a agência, a equipe responsável pelo robô tem trabalhado metódica e minuciosamente, atingindo um bom progresso na compreensão do melhor caminho a seguir para resolução definitiva do problema. No início desta semana, sequências operacionais foram desenvolvidas e testadas para resolver o problema.
Com a experimentação terrestre completa, os cientistas começam a executar a estratégia de mitigação em Marte. “Em 12 de janeiro, fizemos um levantamento detalhado de imagens do solo abaixo do Perseverance. Isso foi feito para que tenhamos uma boa ideia de quais rochas e pedras já existem lá embaixo antes de um pouco mais — do nosso carrossel — juntar-nos a eles em um futuro não tão distante”, declarou a equipe em comunicado.
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Nasa opta por devolução das amostras que entupiram o tubo coletor do rover
Segundo os membros da equipe, com imagens preliminares na mão, eles embarcaram em uma manobra usando o braço robótico do rover. “Simplificando, estamos devolvendo o conteúdo restante do Tubo de Amostras 261 de volta ao seu planeta de origem. Embora este cenário nunca tenha sido projetado ou planejado antes do lançamento, acontece que despejar um núcleo de um tubo aberto é um processo bastante simples (pelo menos durante os testes na Terra)”, diz o comunicado. “Enviamos comandos ontem, e mais tarde hoje o braço robótico do rover simplesmente apontará a extremidade aberta do tubo de amostra em direção à superfície de Marte e deixará a gravidade fazer o resto”.
Eles explicam que devolver o conteúdo, no momento, é o melhor a ser feito, especialmente porque não dá para ter certeza de quanta rocha intrusa continua a residir no Tubo 261. Isso leva aos próximos passos na estratégia de mitigação: enviar novos comandos para o rover, ordenando-o a fazer dois testes de rotação do carrossel.
Esses testes serão executados neste fim de semana, segundo a Nasa. “Nossa expectativa é que essas rotações — e qualquer movimento subsequente de pedras — ajudem a orientar nossa equipe, fornecendo-lhes as informações necessárias sobre como proceder”, declarou Jennifer Trosper, gerente de projetos da missão Mars 2020. “Ainda assim, para sermos minuciosos, também estamos comandando o rover para captar um segundo conjunto de imagens sob o chassi, apenas no caso de acontecer de uma ou mais pedras entupirem o tubo de novo”.
A partir do resultado dos testes, a equipe vai analisar a situação e aprimorar os planos. Segundo Trosper, isso deve levar ainda mais uma ou duas semanas.
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