Um novo estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Bangor, no País de Gales, apontou uma relação entre a hesitação para se vacinar contra a Covid-19 e traumas construídos na infância. Segundo os pesquisadores, a crença em teorias conspiratórias antivacina é até três vezes maior em pessoas traumatizadas.

Os pesquisadores entrevistaram mais de 6,7 mil adultos do País de Gales por telefone, entre dezembro de 2020 e março de 2021. Porém, foram consideradas apenas as respostas de cerca de 2,2 mil pessoas, que foram os únicos que atenderam aos critérios de elegibilidade.

Como foi feita a pesquisa

Imagem mostra uma mão masculina atendendo uma ligação no iPhone
Pesquisa foi realizada por meio de ligações telefônicas. Imagem: DenPhotos/iStock

O questionário envolvia nove perguntas sobre traumas de infância, como abuso verbal, físico e sexual, separação dos pais, exposição à violência doméstica e convívio com membros da família que tinham algum distúrbio mental, abusavam de álcool ou drogas ou que foram presos.

52% dos entrevistados relatou não ter sofrido nenhum tipo de trauma na infância, contudo, cerca de 27% passou por algum tipo de evento traumático. Desses, 17% tiveram entre duas e três experiências traumáticas, enquanto 10% disseram ter vivido quatro ou mais eventos desse tipo.

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Entre os adultos com idades entre 18 e 29 anos, e que relataram quatro ou mais eventos traumáticos na infância, 38% se declararam antivacinas ou hesitantes em se vacinar contra a Covid-19. Além disso, pessoas com mais traumas mostraram menor confiança em relação a informações oficiais.

Não são só as vacinas

Pessoas com mais traumas de infância também mostraram maior contrariedade às medidas não farmacológicas contra disseminação da Covid-19, como o uso de máscaras, lockdowns e medidas de distanciamento social.

As máscaras foram eleitas as “vilãs” por parte considerável dos negacionistas, entre os entrevistados que apresentavam traumas de infância, o acessório foi criticado por quatro vezes mais pessoas no comparativo com quem não relatou nenhuma experiência traumática.

Por conta da metodologia utilizada, o estudo tem alguns furos. Outro ponto fraco foi a maior prevalência de mulheres entre as pessoas que responderam o questionário. Além disso, a maior parte dos entrevistados são pessoas brancas.

Via: Galileu

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